No segundo aniversário da intervenção russa na guerra da Ucrânia, o papa Francisco pediu para que sejam criadas condições para uma solução diplomática do conflito que proporcione uma paz justa e duradoura. Também lembrou da Palestina, de Israel, da República Democrática do Congo e da Nigéria, que sofrem com a guerra e a violência. Ao solidarizar-se com a população da Mongólia, que vivencia uma onda de frio, afirmou que esta onda é consequência das mudanças climáticas, as quais classificou como um problema social global.
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Bolsonaro reconhece minuta de decreto golpista
Em discurso para apoiadores na avenida Paulista, Jair Bolsonaro reconheceu a existência de uma minuta de decreto para derrubar a eleição de Lula em 2022, decretar estado de sítio e intervir no Tribunal Superior Eleitoral. Leia mais na revista Fórum.
Manifestação contra Netanyahu em Tel Aviv
Milhares de pessoas se reuniram posta protestar contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. Além de exigir a renúncia do político, instavam à negociação com o Hamas para obter a libertação dos reféns que o grupo palestino mantém desde outubro do ano passado. Leia mais na revista Fórum.
Províncias argentinas ameaçam cortar fornecimento de petróleo e gás
Diante do corte de repasses federais a províncias argentinas, governadores do sul do país ameaçam cortar o fornecimento de petróleo e gás. O ultimato foi dado pelo governador de Chubut, Ignacio Torres, no que foi apoiado por colegas. Leia mais no Brasil de Fato.
Após quase 10 anos de combate, incluindo 7 de cessar-fogo usado pela Ucrânia para construir fortificações, a cidade de Avdeevka (vizinha de Donetsk) foi tomada pelos russos. Leia mais aqui em Visão Católica.
Governo federal aumenta arrecadação com foco em grandes devedores
Focando a cobrança judicial em grandes devedores e negociando dívidas de contribuintes que comprovadamente não têm condições de pagar o montante cobrado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional arrecadou 48 bilhões de reais, uma alta de 23,5%. A ação também racionaliza a cobrança de dívidas menores, que passam a usar procedimentos extrajudiciais, como o protesto em cartório, para tornar o processo mais eficiente – antes, o custo do processo judicial poderia ser maior que a própria dívida. Leia mais na Folha de S. Paulo.
Igrejas Católica e Copta celebram juntas os 21 mártires da Líbia
Na última quinta-feira (15), pela primeira vez a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa celebraram juntas a memória dos 21 mártires coptas assassinados pelo Estado Islâmico na Líbia, há nove anos. Em 11 de maio de 2023, o patriarca de Alexandria, Tawadros II, entregou ao papa Francisco relíquias dos mártires, as quais foram agora expostas para a veneração dos fiéis. Correspondendo ao “ecumenismo de sangue” (termo cunhado por Francisco para expressar o sofrimento comum a cristãos de diferentes igrejas) pela primeira vez a Igreja Católica incluiu no Martirológio Romano santos pertencentes a uma Igreja que não está em comunhão com Roma. Leia mais (incluindo uma entrevista com egiptólogo e orientalista Christian Cannuyer) em Vatican News.
Bispos tentam negociar trégua entre narcotraficantes no México
Os quatro bispos do estado mexicano de Guerrero “buscamos o diálogo com os líderes que poderiam contribuir para que tivéssemos paz, mas ainda há interesses em ação nas mentes e nos corações de cada um deles, e não tivemos sucesso, mas não vamos parar de estabelecer esses diálogos”, disse dom Leopoldo Gonzáles, arcebispo de Acapulco. O presidente Andres Manuel Lopez Obrador se disse a favor da mediação da Igreja, ainda que reforçando que a responsabilidade pela paz e tranquilidade é do Estado. Leia mais em Vatican News.
Nigéria: Dicastério para a Evangelização expressa solidariedade diante de sequestros
Com sequestros fora de controle na Nigéria (3.964 casos desde maio de 2023, incluindo sequestros em massa na capital), o secretário do Dicastério para a Evangelização para a primeira evangelização, arcebispo Fortunato Nwachukwu, expressou sua solidariedade aos “bispos, o clero e os religiosos, seminaristas, membros devotos da Igreja, todos os cristãos e pessoas de boa vontade em toda a nação”. O bispo também instou o governo da Nigéria a enfrentar essa situação e, além de proteger vidas humanas e propriedades, com o apoio da igreja “buscar maneiras de reposicionar a nação no caminho do crescimento econômico, da estabilidade política e da coesão religiosa”. Leia mais em Vatican News.
Em preparação para as eleições realizadas no fim de semana, a Nigéria, com apoio de tropas do Chade e do Níger, conseguiu retomar 80% a 90% das áreas anteriormente dominadas pela milícia fundamentalista Boko Haram, aliada local do Estado Islâmico (que também vem sofrendo derrotas na região que controla).
Padre Patrick Tor Alumuku informou à Fides que “a ofensiva militar foi preparada nos últimos meses graças aos fornecimentos de armas provenientes da África do Sul, depois que os países ocidentais, em especial os Estados Unidos, se recusaram a vender armas à Nigéria”. A isso ele acrescentou:
Na Nigéria, em todo caso, se os nossos militares tinham a capacidade de expulsar Boko Haram, pergunta-se o motivo pelo qual se esperou dois anos para fazê-lo, provocando sofrimentos à população, e somente agora se passou à ação, nas vésperas das eleições.
Mas, com os olhos no futuro, o padre Evaristus Bassey, diretor executivo da Cáritas Nigéria, tem esperança: “Agora que o exército nigeriano está liberando as áreas ocupadas por Boko Haram existe esperança de que os desalojados retornem às suas casas, mas será preciso tempo porque a destruição é enorme”.
(Com informações da Agência Fides. Foto de destaque: militares nigerianos — Michael Larson/US Navy)
A paz “não é só ausência de conflitos ou resultado de algum compromisso político, ou fatalismo resignado”. Ela comporta uma “canseira diária, corajosa e autêntica para favorecer a reconciliação, promover experiências de partilha, lançar pontes de diálogo, servir os mais débeis e os excluídos”; numa palavra, “consiste em construir uma cultura do encontro”.
Escreve o Papa Francisco numa carta enviada aos bispos da Nigéria, o povoadíssimo país africano hoje vítima de um terrorismo cada vez mais desapiedado e feroz, alimentado por “novas e violentas formas de extremismo e de fundamentalismo, com base étnica, social e religiosa”.
“Muitos nigerianos – denuncia o Pontífice – foram mortos, feridos e mutilados, sequestrados e privados de tudo: dos próprios familiares, da sua terra, dos meios de subsistência, da sua dignidade, dos seus direitos. Muitos já não podem regressar às suas casas”. No alvo dos extremistas acabam “tanto cristãos como muçulmanos”, irmanados “por um trágico fim perpetrado por pessoas que se proclamam religiosas, mas que abusam da religião para fazer dela uma ideologia a submeter aos próprios interesses de violência e de morte”.
Francisco garante a sua proximidade aos bispos e aos fiéis que sofrem, agradecendo-lhes “porque no meio de tantas provações e sofrimentos, a Igreja na Nigéria não cessa de testemunhar o acolhimento, a misericórdia e o perdão”. O Papa recorda em particular “os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os missionários e os catequistas que, mesmo entre indizíveis sacrifícios, não abandonaram o próprio rebanho, mas permaneceram ao seu serviço, bons e fiéis anunciadores do Evangelho”. A eles, acrescenta, “gostaria de expressar a minha proximidade e dizer: não vos canseis de praticar o bem!”.
O reconhecimento do Pontífice abrange também as muitas pessoas “de todas as extrações sociais, culturais e religiosas que, com grande determinação, se comprometem concretamente contra qualquer forma de violência e a favor de um porvir mais seguro e mais justo para todos”. Um exemplo – define-o com as palavras de Bento XVI – do “poder do Espírito que transforma os corações das vítimas e dos seus carnífices para restabelecer a fraternidade”. Em conclusão, o apelo aos prelados nigerianos: “Com perseverança e sem desânimo ide em frente pelo caminho da paz! Acompanhai as vítimas! Socorrei os pobres! Educai os jovens! Tornai-vos promotores de uma sociedade mais justa e solidária!”.
Visão Católica
As palavras do papa Francisco têm força própria. Não podemos nunca esquecer-nos de que são dirigidas, por meio dos bispos, ao povo nigeriano. Mas, numa situação em que um conflito social emerge no Brasil — graças a Deus não chegamos a uma situação de guerra —, devemos dar ouvidos ao que ele diz aos nigerianos, e refletir no que pode significar para nossa realidade:
A paz “não é só ausência de conflitos ou resultado de algum compromisso político, ou fatalismo resignado”. Ela comporta uma “canseira diária, corajosa e autêntica para favorecer a reconciliação, promover experiências de partilha, lançar pontes de diálogo, servir os mais débeis e os excluídos”; numa palavra, “consiste em construir uma cultura do encontro”.
“Socorrei os pobres! Educai os jovens! Tornai-vos promotores de uma sociedade mais justa e solidária!”
(Foto de destaque: Wikimedia — vítimas do Boko Haram)