Resumo diário: 25/02/2024

Papa no Ângelus: pela diplomacia e a paz

No segundo aniversário da intervenção russa na guerra da Ucrânia, o papa Francisco pediu para que sejam criadas condições para uma solução diplomática do conflito que proporcione uma paz justa e duradoura. Também lembrou da Palestina, de Israel, da República Democrática do Congo e da Nigéria, que sofrem com a guerra e a violência. Ao solidarizar-se com a população da Mongólia, que vivencia uma onda de frio, afirmou que esta onda é consequência das mudanças climáticas, as quais classificou como um problema social global.

Assista à transmissão no YouTube da Vatican News:

Bolsonaro reconhece minuta de decreto golpista

Em discurso para apoiadores na avenida Paulista, Jair Bolsonaro reconheceu a existência de uma minuta de decreto para derrubar a eleição de Lula em 2022, decretar estado de sítio e intervir no Tribunal Superior Eleitoral. Leia mais na revista Fórum.

Manifestação contra Netanyahu em Tel Aviv

Milhares de pessoas se reuniram posta protestar contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. Além de exigir a renúncia do político, instavam à negociação com o Hamas para obter a libertação dos reféns que o grupo palestino mantém desde outubro do ano passado.  Leia mais na revista Fórum.

Províncias argentinas ameaçam cortar fornecimento de petróleo e gás

Diante do corte de repasses federais a províncias argentinas, governadores do sul do país ameaçam cortar o fornecimento de petróleo e gás. O ultimato foi dado pelo governador de Chubut, Ignacio Torres, no que foi apoiado por colegas. Leia mais no Brasil de Fato.

Navalny morreu de causas naturais, diz representante

A secretária de imprensa de Alexei Navalny, opositor russo de extrema-direita, afirmou que a investigação médica indicou que a morte dele no último dia 16 decorreu de causas naturais.

O político estava preso desde 17 de janeiro de 2021, tendo sido transferido em dezembro do ano passado para uma prisão na região de Iamália-Nenétsia, no Ártico. Sua condenação mais recente, em agosto de 2023, teve como fundamento o financiamento de atividades extremistas e a tentativa de reabilitar a ideologia nazista.

Embora fosse adulado pela imprensa ocidental e exibido como uma vítima do governo de Vladímir Putin, Navalny jamais renegou suas raízes na extrema-direita e a xenofobia, voltada especialmente contra os imigrantes do Cáucaso e os muçulmanos.

Vídeo mostrando Navalny manifestando seu apoio a marcha com neonazistas na Rússia.

(Foto em destaque por Mitya Aleshkovskiy)

Resumo diário: 23-24/02/2024

Lula reafirma: Israel pratica genocídio de palestinos

Em evento na Petrobras, o presidente Lula reafirmou sua posição a favor da criação de um Estado palestino independente coexistindo com Israel e disse: “o que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, e não estão morrendo soldados, mas mulheres e crianças dentro de hospital.” Veja aqui em Visão Católica.

Navalny morreu de causas naturais

Alexei Navalny, opositor russo conhecido mais pelo apoio recebido do Ocidente que por seu neonazismo, faleceu de causas naturais. A conclusão da investigação médica foi divulgada por sua secretária de imprensa. Leia mais em Visão Católica.

Bolsonaro espionou oposicionistas e aliados

Não só oposicionistas foram espionados pela “ABIN paralela” durante o governo Bolsonaro. Aliados, jornalistas, ambientalistas, sindicalistas e servidores foram outras vítimas da arapongagem ilegal usando o software FirstMile. Leia mais na revista Fórum.

Identificados militares da ativa que redigiram carta golpista

As investigações sobre a tentativa de impedir Lula de tomar posse e governar chegaram ao nome de dois coronéis como autores de uma carta apócrifa de oficiais superiores da ativa instigando o golpe: Giovani Pasini e Alexandre Bitencourt. A carta circulou entre militares em 2022, e tachava de covardes, injustos e fracos os que não aderissem. Leia mais na Folha de S. Paulo.

Lula reafirma: Israel pratica genocídio de palestinos

Em evento na Petrobras, o presidente Lula reafirmou sua posição a favor da criação de um Estado palestino independente coexistindo com Israel e que este país está cometendo um genocídio de palestinos. “Não troco minha dignidade”, ele afirmou. A declaração ocorreu após Israel reagir à comparação feita por Lula entre o genocídio em Gaza e o holocausto, que gerou reações do governo israelense e a retirada dos embaixadores de ambos os países.

O que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra,é genocídio! Porque está matando mulheres e crianças. O que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, e não estão morrendo soldados, mas mulheres e crianças dentro de hospital

(Foto em destaque: Ricardo Stuckert/PR)

Resumo diário: 17/02/2024

Guerra na Ucrânia: Rússia conquista Avdeevka

Após quase 10 anos de combate, incluindo 7 de cessar-fogo usado pela Ucrânia para construir fortificações, a cidade de Avdeevka (vizinha de Donetsk) foi tomada pelos russos. Leia mais aqui em Visão Católica.

Governo federal aumenta arrecadação com foco em grandes devedores

Focando a cobrança judicial em grandes devedores e negociando dívidas de contribuintes que comprovadamente não têm condições de pagar o montante cobrado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional arrecadou 48 bilhões de reais, uma alta de 23,5%. A ação também racionaliza a cobrança de dívidas menores, que passam a usar procedimentos extrajudiciais, como o protesto em cartório, para tornar o processo mais eficiente – antes, o custo do processo judicial poderia ser maior que a própria dívida. Leia mais na Folha de S. Paulo.

Igrejas Católica e Copta celebram juntas os 21 mártires da Líbia

Na última quinta-feira (15), pela primeira vez a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa celebraram juntas a memória dos 21 mártires coptas assassinados pelo Estado Islâmico na Líbia, há nove anos. Em 11 de maio de 2023, o patriarca de Alexandria, Tawadros II, entregou ao papa Francisco relíquias dos mártires, as quais foram agora expostas para a veneração dos fiéis. Correspondendo ao “ecumenismo de sangue” (termo cunhado por Francisco para expressar o sofrimento comum a cristãos de diferentes igrejas) pela primeira vez a Igreja Católica incluiu no Martirológio Romano santos pertencentes a uma Igreja que não está em comunhão com Roma. Leia mais (incluindo uma entrevista com egiptólogo e orientalista Christian Cannuyer) em Vatican News.

Bispos tentam negociar trégua entre narcotraficantes no México

Os quatro bispos do estado mexicano de Guerrero “buscamos o diálogo com os líderes que poderiam contribuir para que tivéssemos paz, mas ainda há interesses em ação nas mentes e nos corações de cada um deles, e não tivemos sucesso, mas não vamos parar de estabelecer esses diálogos”, disse dom Leopoldo Gonzáles, arcebispo de Acapulco. O presidente Andres Manuel Lopez Obrador se disse a favor da mediação da Igreja, ainda que reforçando que a responsabilidade pela paz e tranquilidade é do Estado. Leia mais em Vatican News.

Nigéria: Dicastério para a Evangelização expressa solidariedade diante de sequestros

Com sequestros fora de controle na Nigéria (3.964 casos desde maio de 2023, incluindo sequestros em massa na capital), o secretário do Dicastério para a Evangelização para a primeira evangelização, arcebispo Fortunato Nwachukwu, expressou sua solidariedade aos “bispos, o clero e os religiosos, seminaristas, membros devotos da Igreja, todos os cristãos e pessoas de boa vontade em toda a nação”. O bispo também instou o governo da Nigéria a enfrentar essa situação e, além de proteger vidas humanas e propriedades, com o apoio da igreja “buscar maneiras de reposicionar a nação no caminho do crescimento econômico, da estabilidade política e da coesão religiosa”. Leia mais em Vatican News.

(Ilustração em destaque: Leandro Arndt)

Guerra na Ucrânia: Rússia conquista Avdeevka

Após quase 10 anos de combate, incluindo 7 de cessar-fogo usado pela Ucrânia para construir fortificações, a cidade de Avdeevka (vizinha de Donetsk) foi tomada pelos russos. A liderança ucraniana anunciou ontem a retirada de tropas da localidade, embora muitos prisioneiros tenham sido feitos e muitos tenham morrido na tentativa de defendê-la após a Rússia tomar todos os caminhos de saída. Nas palavras do jornalista Bruno Amaral de Carvalho, que acompanha os acontecimentos desde Donetsk:

Incapaz de conter o avanço das tropas russas e prestes a ficar sob cerco, a Ucrânia acaba de anunciar a retirada das suas tropas de Avdeevka. A queda desta cidade nos arredores de Donetsk é uma perda estratégica para as forças ucranianas que deixam de ter uma posição importante a apenas 24 quilómetros da maior cidade do Donbass. Desde 2014 que as forças ucranianas disparavam com artilharia pesada sobre Donetsk. Com a derrota em Pesky, Maryinka e Avdeevka, a Ucrânia perdeu as suas três principais praças fortes na zona. Que as forças ucranianas abandonem assim uma cidade é também uma mudança táctica que é reflexo da falta de homens na linha da frente. Entretanto Zelensky queixou-se da falta de armamento por culpa do Ocidente.

Ainda não há números oficiais sobre a quantidade de prisioneiros feita pela Federação Russa no local, que era defendido pela 110ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, a qual nos últimos dias recebeu reforços da 3ª Brigada de Assalto da Guarda Nacional Ucraniana (o infame Batalhão de Azov, uma formação neonazista). Diversos relatos de soldados ucranianos feridos abandonados à própria sorte por Kiev chegaram às redes sociais.

(Foto em destaque: Telegram de Bruno Amaral de Carvalho.)

OMS condena cerco israelense ao Hospital Nasser em Gaza

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou hoje em sua conta no X o cerco ao Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza. O hospital está sob cerco há uma semana, civis foram mortos pelas forças israelenses, o muro norte foi demolido, depósitos de material e equipamento médicos foram destruídos, não há (ao contrário do dito pelo governo israelense) um corredor seguro para os necessitados. A própria OMS teve o acesso ao hospital negado por Israel e não tem mais contato com a equipe local.

Hospital Nasser em Gaza após ataque israelense. (Foto: Radio Habana Cuba)

Nós vimos antes como privar hospitais de recursos e acesso paralisa serviços que salvam vidas. O Nasser é a espinha dorsal do sistema de saúde no sul de Gaza. Ele tem que ser protegido. O acesso humanitário tem que ser permitido.

Hospitais têm que ser salvaguardados para que sirvam em sua missão de salvar vidas. Eles não podem ser militarizados ou atacados. (Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS)

“Eu sobrevivi aos bombardeios israelenses, mas não tenho garantia de que sobreviverei à morte no hospital privado de medicamentos”, disse ao The New Humanitarian Ali al-Akhras, de 42 anos. Ele foi ferido no final de dezembro em um ataque israelense enquanto se refugiava em uma escola. À mesma reportagem, o médico Hatem Rabaa afirmou que, “além da acumulação de lixo nos corredores do hospital, lixo comum e hospitalar que deveria ter destinação especial também está se acumulando nas vizinhanças do hospital, criando um risco sem precedentes à saúde”.

Segundo as Nações Unidas, ocorreram mais de 350 ataques a instalações de saúde desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023. Também a fome é um perigo para os moradores da Faixa de Gaza – a última vez que a Agência da ONU para Assistência as Refugiados Palestinos (UNRWA) conseguiu distribuir alimentos na região foi em 23 de janeiro. Esse é o período mais letal desde o início da ocupação israelense, há 56 anos: mais de uma pessoa a cada 100 habitantes da Faixa de Gaza morreu em apenas 100 dias.

Ucrânia afunda corveta russa

Com o uso de veículos navais de superfície não tripulados, a Ucrânia conseguiu afundar a corveta Ivanovets, da classe Molnya, na lagoa Donuzlav, na Crimeia. Vídeo divulgado pelo serviço de inteligência ucraniano hoje mostra o uso de uma grande quantidade de veículos atacantes contra a corveta, que tenta destruí-los com canhões, mas inutilmente. Danos logo abaixo do compartimento de mísseis levaram à explosão e ao afundamento do navio.

Vídeo ucraniano mostra o afundamento da corveta Ivanovets (fonte: Administração-Geral de Inteligência – GUR).

Ataques anteriores usavam apenas uns poucos veículos não tripulados para cada alvo e, embora houvesse ocasionalmente danos às embarcações russas, não costumavam levar ao afundamento delas. O ataque de hoje inovou ao usar um grande número de veículos atacantes contra um único alvo e mudar o local do ataque, distanciando-se cerca de 90 Km da baía de Sevastopol. A defesa russa contra eles consiste basicamente no uso de canhões, que apresentam dificuldades em atingir essas embarcações altamente manobráveis.

Rússia: míssil dos EUA derrubou avião com prisioneiros

A Rússia divulgou vídeo de seu Comitê Investigativo analisando destroços de um míssil do sistema Patriot, fornecido pelos EUA e seus aliados à Ucrânia, no local da tragédia com o avião Il-76 que transportava prisioneiros de guerra que seriam trocados no último dia 24 de janeiro por prisioneiros russos. O avião transportava 6 tripulantes, 3 policiais militares e 65 prisioneiros. Foram encontrados 116 fragmentos dos mísseis disparados contra o avião, que caiu próximo a Belgorod, na Rússia.

Investigadores russos junto a fragmentos de míssil do sistema Patriot no local do abate do avião Il-76.

O país também divulgou que conseguiu identificar restos mortais de todas as 74 vítimas. Os remanescentes consistem em 670 fragmentos de corpos, que foram identificados por análise de DNA. O lado russo afirma que a Ucrânia havia sido informada sobre o transporte, mas mesmo assim disparou 2 mísseis Patriot a partir da região de Kharkov, do outro lado da fronteira.

Logo que a notícia começou a se espalhar, manchetes foram redigidas na Ucrânia afirmando que “foi trabalho nosso”, “abate do Il-76 em Belgorod foi trabalho das Forças Armadas da Ucrânia”. Quando a Rússia divulgou que o avião transportava prisioneiros de guerra, porém, as manchetes foram alteradas para “caiu um avião” e “transportava mísseis” (do que não há evidência até o momento).

Teste público da urna eletrônica acontece agora

No período de 27 de novembro a 1º de dezembro de 2023 acontece o 7º Teste Público de Segurança (TPS) da urna eletrônica brasileira. 36 especialistas da sociedade civil estão na sede do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília para verificar o funcionamento correto das urnas e de outros equipamentos e sistemas eletrônicos utilizados nas eleições, como o Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (Gedai-UE), softwares de carga e de votação, sistema de apuração, kit JE-Connect.

Os testes públicos do sistema eleitoral informatizado acontecem sempre nos anos anteriores às eleições municipais e gerais – sendo uma das várias etapas de fiscalização, que incluem também a abertura do código-fonte dos sistemas para consulta e verificação pelas entidades fiscalizadoras (incluindo partidos políticos, associações especializadas, universidades entre outros), a confirmação de que eventuais vulnerabilidades identificadas no teste público foram corrigidas, a assinatura digital e lacração dos sistemas, o teste de integridade paralelo à eleição, o boletim de urna, a publicação dos dados de votação pelo TSE etc.

Resultados anteriores

Como resultado de edições anteriores dos TPS, para as eleições de 2018 foram corrigidas fragilidades relacionadas à chave de criptografia das mídias da urna eletrônica, que apareciam no código fonte e que permitiram aos testadores modificar o comportamento do software da urna – o problema foi corrigido com um mecanismo de derivação das chaves em 2018 e, a partir de 2020, da utilização de um hardware seguro específico. Em 2012, uma das equipes fiscalizadoras conseguiu refazer a ordem dos votos contidos no Registro Digital de Voto, mas não a sequência de comparecimento dos eleitores – demonstrando a inviolabilidade do sigilo do voto.

Eliminação de fraudes

A fiscalização externa do processo eleitoral visa a garantir a integridade da votação eletrônica e aumentar a confiança no resultado das eleições. Com a participação de pessoas e entidades externas à Justiça Eleitoral, todos os mecanismos envolvidos com o voto e a apuração eletrônicos passam por testes e verificações independentes para corrigir eventuais falhas e assegurar a lisura do processo eleitoral. O voto eletrônico também conseguiu acabar com diversas fraudes que aconteciam com o voto em papel, como o roubo de urnas, o uso de cédulas pré-preenchidas e a anulação de votos no momento da apuração.

O Teste Público de Segurança pode ser acompanhado no canal de Youtube do TSE.

(Imagem em destaque: quadro de vídeo da 7ª edição do TPS no canal do TSE.)

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