O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), uma autarquia do governo federal, divulgou dados ambíguos sobre o mercado de trabalho: houve queda nas demissões de trabalhadores com carteira assinada, mas aumento expressivo dos “trabalhadores de aplicativos” (9,7% ao ano) – em outras palavras, há relativa estagnação da situação de ocupação dos trabalhadores, exceto pela crescente uberização. Até aí, é o trabalho normal do IPEA. O problema foi a forma enganosa de divulgar a informação: fotos de entregadores de aplicativos com a legenda “País registra maior retenção de trabalhadores no mercado formal”. Veja as postagens e tire suas próprias conclusões sobre a maneira de divulgar:
Segmento de trabalhadores de aplicativos de transporte e entrega de produtos faz o número total de trabalhadores por conta própria atingir mais de 24,5 milhões de pessoas. Leia: https://t.co/oWTd1ljGpT
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O total de trabalhadores de aplicativos de transporte e entrega de produtos passou de 1,253 milhão em janeiro de 2015 para 1,988 milhão em abril de 2019, constata estudo do Ipea. Leia: https://t.co/oWTd1ljGpT @Uber_Brasil @iFood @voude99 @UberEats
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Trabalhadores de aplicativos de transporte e entrega de produtos respondem por um crescimento de cerca de 700 mil postos de trabalho em quatro anos, revela estudo do Ipea. Leia: https://t.co/oWTd1ljGpT @Uber_Brasil @iFood @voude99 @UberEats
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Infelizmente, é o mesmo instituto que tem tentado dar ares de necessidade imperiosa ao desmonte dos serviços públicos pelas propostas de emenda à Constituição enviadas pelo governo em nome da austeridade fiscal a qualquer custo. Antes, o IPEA fazia estudos sobre como fazer crescer e desenvolver o país.