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Cronologia do massacre de Bucha segundo fontes ucranianas e ocidentais

No último sábado (02/04), apareceram cenas terríveis de cadáveres em ruas de Bucha, a noroeste de Kiev, na Ucrânia. Os dois lados do conflito têm praticado crimes de guerra, mas o foco desta cronologia é somente um dos mais terríveis e mortíferos eventos até agora: o massacre de Bucha. Para isso, serão usadas somente fontes ucranianas e ocidentais.

10 de março de 2022

Imagens de satélite mostram uma vala comum aberta pelas autoridades ucranianas em Bucha, junto à igreja de Santo André Apóstolo e de Todos os Santos. Em 13 de março, é divulgado vídeo de pessoal ucraniano depositando 67 corpos nessa vala, o que é noticiado no dia seguinte pela emissora britânica BBC.

Imagens de satélite dos dias 10 e 31 de março de 2022 mostrando a vala comum aberta junto à igreja de Santo André Apóstolo e de Todos os Santos em Butcha, Ucrânia.

31 de março de 2022

No dia 30 de março, as forças russas desocuparam a cidade, conforme adiantado pelo ministro da defesa desse país. No dia seguinte, o governo ucraniano retoma a localidade, o que é comemorado pelo prefeito local, Anatoliy Fedoruk, em vídeo divulgado no Facebook – “uma grande vitória das nossas forças armadas”, disse ele, sem menção às cenas que seriam divulgadas depois.

1º de abril de 2022

No dia 1º de abril, o Batalhão Especial Auxiliar Safári, da Polícia Nacional da Ucrânia, realizou uma “operação de limpeza em Bucha de sabotadores e cúmplices da Rússia“. “A polícia faz tudo para restaurar a lei e a ordem no território liberado, de modo a que os habitantes possam retornar a sua cidade tão logo quanto possível”. Nenhuma menção aos cadáveres até então.

Atualização: no dia 2 de abril, a Polícia Nacional da Ucrânia divulgou vídeo confirmando a operação de “limpeza”. A palavra utilizada (зачистка) significa “limpeza, expurgo, depuração” – sendo que a partícula “за” adiciona ênfase, algo como “depuração completa”.

2 de abril de 2022

No dia seguinte, 2 de abril, pela primeira vez aparecem as imagens de corpos espalhados pela cidade de Bucha. Quem tiver interesse nas imagens, pode ver aqui e aqui, por exemplo. Mídias ucranianas dizem ser “os primeiros vídeos da cidade”. Nesse mesmo dia, o prefeito diz à Agência de Notícias AFP que as autoridades ucranianas “já sepultaram 280 pessoas em valas comuns”, sem cuidado com a investigação do massacre.

Conclusão

Esse massacre especificamente é somente um dos crimes cometidos nessa guerra. Não se trata apenas de uma invasão ilegal da Rússia em território ucraniano. Há notícias de outros crimes de guerra cometidos pelos dois lados, tais como atirar em prisioneiros rendidos e bombardear locais protegidos, como escolas, hospitais e um galpão identificado com o símbolo protegido da cruz vermelha – para o direito internacional, como exposto ontem pela Profª Drª Priscila Caneparo no segundo episódio de Conversando com Leandro, não importa nem mesmo que tais locais estejam sendo usados pelas forças inimigas, eles continuam sendo protegidos pelos tratados internacionais.

É essencial, para a proteção da população civil em locais de guerra, inclusive na Ucrânia, e para a adequada punição dos responsáveis, que sejam feitas perícias criminais – no caso do massacre de Bucha, determinando o momento e as condições das mortes, o que deixaria fora de dúvidas a autoria desse ato. Por outro lado, as autoridades ucranianas não tiveram essa precaução. Da parte da Rússia, sua implicação no assassinato da prefeita de Motyjin e de sua família parece mais clara.

Contudo, esse massacre em especial remete à ideologia da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), lembrada por sua colaboração com os nazistas, mas também responsável pelo massacre de poloneses, por exemplo. Os líderes dessa organização, tais como Yevgen Konovalets e Stepan Bandera, se tornaram os novos heróis da Ucrânia em contraposição aos antigos heróis dos tempos soviéticos. São homenageados das ruas de Lviv à escola militar do Batalhão de Azov. É uma ideologia que tem por objetivo realizar uma “operação de limpeza contra todos os inimigos da raça“, que “não pretende deixar “nem uma polegada de terra ucraniana nas mãos de inimigos e estrangeiros”. Ao que tudo indica, essa ideologia se torna cada dia mais uma prática.

(Foto em destaque: torre de tanque de guerra no segundo andar de construção em Tchernigiv, Ucrânia. Foto: Sergio Olmos.)

Ucrânia: Rússia anuncia objetivos cumpridos, Kiev apresenta propostas

Hoje (29), o ministro da defesa russo, Sergey Shoygu anunciou que seu país concluiu a primeira fase da guerra na Ucrânia, e que passará a focar seus esforços na região de Donbas. Logo em seguida, porém, as negociações de paz que ocorriam na Turquia foram interrompidas pelo lado russo. Depois disso, a Ucrânia apresentou suas propostas:

  • A Ucrânia não participaria de nenhum bloco com outras nações, e permaneceria como Estado não-nuclear.
  • Haveria garantias estritas e vinculantes de países incluindo o Reino unido, a China, os EUA, a Turquia, a França, o Canadá, a Itália, a Polônia e Israel, que concordariam em proteger essa Ucrânia neutra em caso de ataque. Exceto no Donbas e na Crimeia.
  • A Ucrânia não ingressaria em nenhuma aliança militar, e exercícios militares internacionais requereriam o consentimento dos estados garantidores.
  • A situação da Crimeia seria decidida após 15 anos de consultas.
  • O futuro das regiões autonomistas no Donbas seria decidido à parte pelos presidentes da Ucrânia e da Rússia.

Contudo, a Ucrânia condicionou a assinatura de um acordo ao retorno prévio das forças às posições ocupadas no dia 23 de fevereiro, antes da invasão russa.

Quanto ao pronunciamento de Sergey Shoygu, ele afirmou que “o potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi significativamente reduzido, o que permite concentrar as principais atenções e os principais esforços na consecução do objetivo principal: a libertação do Donbass”. A partir de agora, haveria a redução da presença de tropas russas no entorno de Kiev e Tchernigiv, cidades próximas à Bielorrússia.

As perdas ucranianas anunciadas hoje pela Rússia foram:

  • 123 de 152 aviões;
  • 77 de 149 helicópteros;
  • 152 de 180 equipamentos de defesa antiaérea de médio e longo alcance.

(Foto em destaque: Sergey Shoygu. Ministério da Defesa da Rússia.)

Iêmen: nova escalada da guerra

A guerra no Iêmen, país da península arábica, sofreu uma nova escalada – a denúncia é do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterrez. “O secretário-geral está profundamente consternado com as notícias de bombardeios na cidade de Hudaydah e de seus portos, que proveem ajuda humanitária crítica para a vida da população iemenita”, disse a porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.

Na sexta-feira, as forças xiitas Houthis (também conhecidas como Ansar Allah), apoiadas pelo Irã, bombardearam instalações civis e energéticas na Arábia Saudita, que apoia as forças sunitas – as imagens da coluna de fumaça subindo de uma refinaria próxima ao autódromo da corrida de Fórmula 1 deste fim de semana correram o mundo. Ontem, foi a vez de a coalizão apoiada pelos sauditas retaliarem com os ataques mencionados e também contra o porto de Salif e a capital, Sanaa. Estes ataques mataram oito civis, sendo cinco crianças e duas mulheres. Esses ataques danificaram o complexo residencial que abriga o pessoal das Nações Unidas na capital do país.

O chefe das Nações Unidas conclamou a uma investigação dos incidentes, à contenção das partes, à redução imediata das tensões, ao cessar-fogo e à obediência à lei humanitária internacional, além de se chegar urgentemente a uma resolução negociada do conflito, que já chega a seu oitavo ano.

(Foto em destaque: Menino de pé dentro de um edifício danificado no Iêmen. Giles Clarke/UNOCHA.)

Ucrânia e Rússia mais perto de um acordo

Segundo afirmado hoje pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan – que vem atuando como mediador entre seus homólogos russo e ucraniano –, Rússia e Ucrânia estariam mais próximos de um acordo. O jornalista Ragip Soylu, há algum entendimento sobre quatro dos seis tópicos sobre a mesa: OTAN, desarmamento parcial, segurança coletiva e língua russa. Contudo, dois assuntos seguem em aberto: Crimeia e Donbas.

A Crimeia, pertencente à Rússia desde que o canato tártaro subsidiário do Império Turco-Otomano foi derrotado no final do século XVIII e defendida na Segunda Guerra da Crimeia contra os turco-otomanos apoiados por França, Inglaterra, Sardenha e Áustria – isso logo antes de importantes mudanças sociais ocorridas no Império Russo, como o fim da servidão em 1861. Em 1954, contudo, o ucraniano Nikita Khruschev, ex-presidente da República Socialista Soviética da Ucrânia e então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, transferiu a República Socialista Soviética Autônoma da Crimeia do território russo para o território ucraniano em nome da “amizade entre os povos”.

Entre 1961 e 1971, foi construído o Canal da Crimeia, que levava água do rio Dniepr (que corta a Ucrânia ao meio) até o limite oriental da Península da Crimeia. Contudo, em 2014, após a reanexação da Crimeia pela Rússia, a Ucrânia construiu um dique a 16Km da fronteira, o qual impediu o fluxo da água até a Crimeia, impondo um estado de grande escassez hídrica na região. Esse dique foi explodido em 26 de fevereiro deste ano e a água voltou a fluir para a península. É de se esperar, portanto, que a Rússia resista em devolver esse território.

Já a região do Donbas, que em sua maioria fala a língua russa (proibida no ensino e nos atos de governo ucranianos desde 2019), foi reconhecida pela Rússia como independente da Ucrânia no último dia 21 de fevereiro, após quase oito anos de guerra civil e o fracasso dos acordos de Minsk – as elites políticas da região centro-ocidental da Ucrânia sempre barraram a autonomia territorial dos oblasti de Donetsk e Lugansk prevista nos acordos.

Atualização

Segundo o ministro de negócios estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, não há acordo para o uso do russo como segunda língua oficial na Ucrânia. “A única língua estatal na Ucrânia é e será o ucraniano.”

(Imagem em destaque: dique no Canal da Crimeia é explodido pela Rússia na guerra contra a Ucrânia)

Resumo diário 20/07/2020

Leia as notícias mais interessantes de hoje:

Câmara aprova auxílio à agricultura familiar

A Câmara dos Deputados aprovou hoje a criação de um auxílio emergencial aos agricultores familiares impedidos de vender sua produção devido à pandemia de COVID-19. O projeto de lei nº 735/2020 é de autoria do deputado Enio Verri (PT-PR) e o substitutivo, que detalhou as condições do socorro é do deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).

Segundo o relator, a agricultura familiar não pode esperar. “Temos de garantir que os invisíveis se tornem visíveis”. A justificativa do projeto ressalta a importância da agricultura familiar para o abastecimento da população brasileira: ” a agricultura familiar responde por 82,26% dos estabelecimentos que produzem hortaliças, 79,93% dos que produzem lavouras temporárias, tendo significativa participação na produção pecuária, lavouras permanentes, pesca e produção florestal de florestas nativas”

CIMI denuncia ameaça de genocídio de indígenas

Ressaltando a situação dos povos indígenas isolados no entorno da Terra Indígena Eu-Wau-Wau, aonde recentemente se deslocaram, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denuncia a invasão dos territórios dos povos originários. “É crescente o número de invasores nos territórios habitados por indígenas isolados”, afirma o CIMI. Em abril deste ano, um índio Uru-Eu-Wau-Wau empenhado na vigilância da terra indígena foi assassinado – essa TI é alvo da ação de madeireiros, grileiros e garimpeiros. Situação semelhante ocorre em outras TIs, como as Yanomami, do Vale do Javari, Arariboia, Mamoadate, Munduruku, Kayapó e Ituna-Itaitá. O contato com os invasores propicia o alastramento da COVID-19 em uma população vulnerável a infecções respiratórias (os índios). Mesmo assim, o governo federal não tem nenhum plano ou protocolo para a retirada dos invasores, nem para a proteção dos indígenas.

Ângelus: papa pede paz entre Armênia e Azerbaijão

Enclave armênio de Nagorna-Karabakh, no Azerbaijão. Fonte: wikimedia.org. Domínio público.

Ontem (19), o papa Francisco se dirigiu especialmente às populações que vivem em situação de conflito, renovando o apelo a um cessar-fogo global e imediato para garantir a assistência humanitária às pessoas atingidas pelo coronavírus. De modo particular, o papa tratou do conflito entre Armênia e Azerbaijão acerca do domínio de um enclave de maioria armênia dentro do Azerbaijão. Hoje, na região, um antigo oblast autônomo soviético, está vigente um cessar-fogo, mas não foi alcançada uma paz duradoura. A guerra, que durou de 1988 a 1994, deixou 30 mil mortos. Escaramuças iniciadas no domingo retrasado deixaram 17 vítimas fatais e motivaram uma mobilização surpresa de 150 mil soldados russos – a Rússia faz fronteira com o Azerbaijão e é aliada da Armênia.

Síria: reaberta catedral maronita de Alepo

Catedral maronita de Alepo, Síria, após ataque jihadista e depois de reconstruída. Fonte: Vatican News.

Foi novamente consagrada hoje a catedral maronita de Santo Elias, em Alepo, no Noroeste da Síria. Construída em 1873, foi seriamente danificada pelos jihadistas apoiados pela Turquia e pelos Estados Unidos da América em 2013. A restauração foi possibilitada pela contribuição da organização eclesiástica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que doou 400 mil euros. “A reabertura da Catedral do ponto de vista simbólico representa uma mensagem para os paroquianos e cristãos de Aleppo, e do mundo, ainda presentes no país, apesar de estarmos diminuindo em número”, disse o arcebispo maronita de Alepo, Dom Joseph Tobij. Mesmo no auge da guerra, e até durante o cerco dos rebeldes islamitas à cidade, a Igreja Católica jamais abandonou o povo de Aleppo, fossem cristãos ou muçulmanos, árabes, assírios, siríacos ou curdos.

Resumo diário 05/03/2020

Segue o resumo das notícias mais interessantes do dia:

Cessar-fogo na Síria

Rússia e Turquia assinaram hoje um acordo de cessar-fogo para a província síria de Idlib, onde o governo local liberou vastas áreas antes dominadas pelos rebeldes islamitas apoiados pela Turquia. O acordo prevê a manutenção da linha de contato atual e a criação de um corredor seguro na rodovia M4, que liga Saraqib a Latakia. O governo sírio já havia liberado a rodovia M5, que liga a capital, Damasco, a Alepo, passando por Saraqib. O acordo pode ser visto como a derrota das pretensões turcas de fazer o governo sírio recuar e ceder toda a província de Idlib para os jihadistas que o governo turco apoia. Nenhuma das reivindicações turcas foi aceita pela Rússia, a qual conseguiu consolidar as conquistas militares do aliado sírio.

Abaixo, em inglês, o texto do acordo:

(Foto em destaque: presidentes da Turquia e da Federação Russa se cumprimentam em reunião para celebrar acordo de cessar-fogo em Idlib, Síria. Fonte: Kremlin.ru.)

Resumo diário 02/03/2020

Segue o resumo das notícias mais interessantes do dia:

Comandante da Força Nacional de Segurança elogia PMs amotinados no Ceará

Coronel Antônio Aginaldo de Oliveira discursa enaltecendo os PMs amotinados no Ceará. Fonte: reprodução de quadro de vídeo divulgado pelo Jornal GGN.

O comandante da Força Nacional de Segurança, coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, enalteceu ontem os policiais militares amotinados no Ceará. Tratou-os como heróis, apesar terem realizado um movimento paredista proibido durante o qual mais de 200 pessoas morreram e um senador da República licenciado foi baleado pelos próprios amotinados. Para ele, foi “um ponto de inflexão na história do país”.

Opinião de Visão Católica

A história da Quarta República (1945-1964) ensinou que não podemos ser coniventes com a insubordinação militar: as rebeliões de Aragarças e Jacareacanga, pra não falar da república do Galeão, do memorial dos coronéis, do discurso do coronel Bizarria Mamede no sepultamento do general Canrobert Pereira (quando o coronel subverteu a hierarquia inclusive discursando no lugar dos generais presentes, além do conteúdo golpista de seu discurso) – tudo resultou na ditadura militar.

Esse caminho é perigoso, e pode não ter volta. Os militares não saíram do poder por serem bonzinhos, mas foram apeados de lá. Muita gente sofreu na ditadura, e isso não poupou ninguém: nem classes, nem ideologias; nem poderosos, nem clandestinos.

Polícia turca detém jornalistas e editor do Sputnik Turquia

No sábado (29), após ataque de nacionalistas turcos não identificados, jornalistas da agência de notícias russa Sputnik foram à polícia procurar ajuda. A polícia da Turquia, contudo, deteve os jornalistas e, no dia seguinte, foi atrás do editor-chefe, que também foi detido, e fez cópias dos discos rígidos dos computadores da agência. O ministro das relações exteriores da Federação Russa, Dmitry Peskov, expressou sua consternação: “nós naturalmente esperamos que, neste caso concreto, o trabalho dos representantes da mídia, especialmente daqueles que trabalham para veículos russos, tais como Sputnik, não venham a sofrer quaisquer restrições, e não se venham a deparar com situações semelhantes às que ocorreram anteontem”.

Discos rígidos do escritório da agência Sputnik na Turquia foram copiados pela polícia local. Imagem: reprodução de quadro de vídeo da Sputnik.

Servidor público ganha menos no Brasil do que no exterior

Conforme revela a revista Piauí, os servidores públicos brasileiros ganham menos do que se ganha no exterior, quando comparado à média salarial da iniciativa privada. Enquanto no exterior os servidores recebem em média 21% a mais que funcionários da iniciativa privada exercendo função semelhante. No Brasil, a diferença é de apenas 8% – grosso modo, uma diferença equivalente à contribuição patronal ao FGTS, que só existe para os celetistas.

A revista traz ainda outras revelações, como o fato de que, considerando apenas os servidores municipais em saúde e educação, eles são mais que o dobro do total do número de servidores federais. Do total de servidores públicos no Brasil, 35% trabalham em saúde e educação, sem contar outras áreas imprescindíveis ao bem-estar da população, como segurança pública, assistência social, transportes etc.

Pode-se dizer, em resumo, que os servidores públicos brasileiros trabalham para o bem da população.

Resumo dos dias anteriores

Tendo em vista um breve afastamento por conta de uma infecção, seguem as notícias mais interessantes dos dias anteriores:

Desenvolvimento da situação na Síria

36 militares turcos morreram em ataque aéreo do governo Sírio no sul da província de Idlib (noroeste da Síria) no dia 27, conforme noticiado em Visão Católica. Em resposta, um grande número de ataques aéreos foi lançado pela turquia, com o uso de veículos aéreos não tripulados (VANTs ou drones) e mísses lançados de terra. Até mesmo a cidade de Latakia, onde ficam as bases russas na Síria, foi alvo dos ataques, interceptados a tempo pela defesa anti-aérea russa.

Veículo aéreo não tripulado (VANT) turco abatido pelo governo sírio. Fonte: SANA.

Os ataques desorganizaram temporariamente as linhas do governo sírio em Saraqeb (Idlib) e no oeste de Hama e sul de Idlib, permitindo o avanço dos militantes islamitas. Segundo o governo russo, o ataque do dia 27 vitimou militares turcos porque estes estavam misturados a terroristas do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antigas Frente al Nusra e al Qaeda na Síria). Nos últimos dias, contudo, diversos VANTs turcos foram derrubados pelas tropas do governo sírio, que, por sua vez, anunciou o fechamento do espaço aéreo na região. Toda aeronave que ingressar sem permissão será abatida, segundo o governo. A Rússia informou que não poderá garantir a segurança de aeronaves turcas

Hoje, 2 de março, a cidade de Saraqeb foi retomada pelo governo da República Árabe da Síria, assim como diversas localidades no sul da província de Idlib, indicando que o governo retomou a iniciativa na guerra.

Bolsonaro ataca a democracia

Na terça-feira de carnaval, o presidente da República, Jair Bolsonaro, usou o WhatsApp para divulgar vídeos convocando para um protesto a ser realizado em meados de março. Um dos vídeos chamava a esquerda de “sanguinária” e “inimiga da pátria”, no intuito de eliminar esse setor do debate político e atacando o princípio do pluralismo político. Não bastasse isso, os protestos se transformaram, após fala do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, em atos pelo fechamento do Congresso e do STF por meio de um golpe militar. Diversos setores passaram a defender o impeachment do presidente, embora os presidentes da Câmara, do Senado e do STF tenham contemporizado.

URGENTE: mísseis lançados da Turquia contra base aérea russa na Síria

O governo da Turquia reagiu muito mal hoje à morte de dezenas de soldados hoje na Síria. Eles agem dando cobertura de artilharia a terroristas islamitas contra o governo sírio, que é apoiado pela Rússia e pelo Irã.

Redes sociais foram bloqueadas logo que a notícia começou a se espalhar. O site da agência governamental de notícias síria SANA está fora do ar há mais de quatro horas. Mísseis e projéteis de artilharia foram lançados contra as cidades de Latakia (onde estão as bases naval e área da Rússia) e Hama. A Turquia também disse que não reterá mais os refugiados sírios que quiserem ir para a Europa, retaliando assim seus aliados da OTAN que não estão demonstrando apoio na guerra contra a Síria.

Se a situação não for contida logo, uma guerra entre um membro da OTAN (A Turquia) e a Rússia pede espocar a qualquer momento.

Ao mesmo tempo, após liberar 60 localidades no oeste da província de Hama no sul da região dominada pela jihadistas apoiados pela Turquia, o Exército Árabe Sírio finalmente começou um contra-ataque em Saraqeb, que acabara de ser perdida para rebeldes e turcos.

Resumo diário 24/02/2020

Segue o resumo da notícia mais interessante de hoje:

Confrontos na Síria

Apesar dos apelos à paz feitos pelo papa Francisco ontem, na última noite o exército sírio iniciou nova ofensiva no sul da província de Idlib, noroeste da Síria. Dessa região costumam partir os ataques com foguetes e veículos aéreos não tripulados contra a província de Hama e a base aérea russa na província de Latakia, litoral sírio. Embora várias localidades tenham sido liberadas do domínio islamita, mais ao centro da província de Idlib os jihadistas apoiados pela Turquia teriam capturado a cidade de Nayrab.

Região do confronto em Idlib, província síria. Fonte: liveuamap.com.

Na região Nordeste do país, os rebeldes islamitas cortaram o fornecimento de água para as cidades de Tel Tamer e Hasaka. O reservatório que abastece a região fica na fronteira entre a Síria e a Turquia e está sob controle das forças ocupantes turco-islamitas.

(Foto em destaque: blindado em cidade liberada hoje pelo exército sírio. Fonte: Agência SANA.)

Resumo diário 23/02/2020

Segue o resumo das notícias mais interessantes do dia:

Cid Gomes tem alta hospitalar, mas continuará tratamento

O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), recebeu alta hospitalar, mesmo com projéteis alojados no corpo. Ele continuará seu tratamento com fisioterapia respiratória e antibióticos até o adequado restabelecimento de sua função pulmonar. Raio-X realizado ainda no hospital revelou dois projéteis e um fragmento em seu tórax, sendo que um projétil se encontra dentro do pulmão dele.

Papa anuncia a paz

“Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz” (v. Is 52,7) O papa Francisco, em diversos compromissos na cidade italiana de Bari neste domingo, instou à construção da paz, especialmente na região do Mediterrâneo, assolada por guerras na Líbia e na Síria, pelo flagelo do tráfico humano e por agitações sociais. No Ângelus, Francisco clamou pela superação da lógica do ódio e da vingança, para que todos possam redescobrir-se irmãos; na Missa, recordou o Evangelho proclamado hoje, em que Jesus ordena amar os inimigos, além da mansidão de Jesus na cruz e do perdão a seus algozes; aos bispos do Mediterrâneo, o papa lembrou: a guerra se opõe à razão, não há qualquer alternativa sensata a paz, e a paz exige a justiça:

A construção da paz, que a Igreja e toda a instituição civil sempre devem sentir como uma prioridade, tem como pressuposto indispensável a justiça. Esta acaba espezinhada quando são ignoradas as exigências das pessoas e onde os interesses econômicos duma parte prevalecem sobre os direitos dos indivíduos e da comunidade.

Novos beatos: mártires jesuítas e jovem leigo

O sacerdote jesuíta Rutílio Grande Garcia e dois companheiros seus serão beatificados. Eles foram assassinados por ódio à fé em El Salvador, no dia 12 de março de 1977. Também será beatificado o jovem leigo Carlo Acutis, citado pelo papa em sua exortação sinodal Christus vivit (104-105):

Por exemplo, é verdade que o mundo digital pode expor-te ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais. É o caso do jovem Venerável Carlos Acutis.

Ele sabia muito bem que estes mecanismos da comunicação, da publicidade e das redes sociais podem ser utilizados para nos tornar sujeitos adormecidos, dependentes do consumo e das novidades que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre, fechados na negatividade. Mas ele soube usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza.

Também serão proclamados santo um mártir leigo indiano e uma religiosa. Três sacerdotes e um leigo serão proclamados servos de Deus.

(Foto em destaque: papa Francisco celebra a Missa em Bari, na Itália. Fonte: Vatican News)