Lavrov: F-16 para a Ucrânia são sinal no campo nuclear

Em entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, o ministro de negócios estrangeiros russo, Sergey Lavrov, afirmou que a entrega de caças F-16 para a Ucrânia são uma “ação sinalizadora” da OTAN no campo nuclear. Segundo ele, ao entregar caças F-16 a Organização do Tratado do Atlântico Norte dá a conhecer à Rússia que os Estados Unidos e a Aliança estão “prontos literalmente para tudo”. Os exercícios com armas nucleares não-estratégicas conduzidos pela Rússia e pela Bielorrússia, continuou, deveriam trazer os oponentes à razão. Entrementes, a Dinamarca avisou que os F-16 que entregará à Ucrânia poderão ser usados para ataques em território russo.

A Federação Russa já se pronunciou diversas vezes nesse sentido, visto que esses caças são os mesmos estacionados na Alemanha e na Turquia para utilizar armas nucleares norte-americanas. Em entrevista anterior, Lavrov afirmou que países da União Europeia, especialmente a Polônia e os países bálticos, “cumprem no terreno a tarefa que os Estados Unidos estabeleceram: enfraquecer a Rússia e dar-lhe uma derrota estratégica” – acrescentando: “nos círculos de cientistas políticos do ocidente, já se fala em descolonizar a Rússia”.

Opinião de Visão Católica

Como diz insistentemente o papa Francisco, “o uso de armas nucleares, assim como sua posse, é imoral“. Criar uma falsa segurança através de um equilíbrio de terror dificulta o verdadeiro diálogo. A solução para o conflito na Ucrânia, portanto, não virá do uso de portadores em potencial de armas nucleares, nem de exercícios para seu uso, mas sim de um verdadeiro diálogo que leve em consideração o sofrimento da população local, seja russa, seja ucraniana, e da construção da confiança e cooperação entre os países – não apenas a Federação Russa e a Ucrânia, mas também aqueles atores geopolíticos que interferem na situação, especialmente a OTAN e a União Europeia.

(Imagem em destaque: RIA Novosti)

Geórgia: interferência europeia contra lei de agentes estrangeiros

Os ministros do exterior da Estônia, Letônia e Lituânia viajaram à Geórgia para protestar contra o projeto de lei que visa coibir a influência estrangeira. A União Europeia (UE), por sua vez, ameaça sanções caso a lei seja adotada. O prefeito da capital, porém, disse que não haverá “ucranização”.

O polêmico projeto de lei apenas exige registro de ONGs que sejam financiadas do exterior em um montante superior a 20% da sua arrecadação – serão chamadas de “agentes de influência estrangeira”. Embora seja tachada de “lei russa” pelos opositores dentro e fora da Geórgia, também países como os EUA e o Reino Unido têm legislação similar, e a própria UE discute a adoção da sua própria regulamentação.

Prefeito da capital de Tibilisi, capital da Geórgia: Hoje estão tentando organizar uma “revolução dos financiadores”.

A lei foi aprovada pelo parlamento georgiano no dia na última terça-feira (14) e a presidente Salome Zourabichvili promete vetá-la – o veto, porém, pode ser derrubado pelo parlamento, que conta com a maioria do partido Sonho Georgiano, mesmo partido do primeiro-ministro Irakli Kobakhidze. O movimento contrário à lei, segundo Scott Ritter, ex-agente de inteligência dos EUA, é financiado pelo National Endowment for Democracy, uma agência do governo dos EUA. A presidente e o primeiro-ministro estão são de partidos opostos no campo político georgiano.