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Síria e Iraque: notícias do front

Muralha de Nínive em Mossul, no Iraque.

Pouco se tem falado da guerra contra o Estado Islâmico ultimamente. No entanto, as novidades são muitas, a maioria das quais indica o enfraquecimento desse grupo terrorista.

Mossul, Iraque

Interior da mesquita onde fica o túmulo do profeta Jonas – foto tirada por um integrante das forças de contraterrorismo iraquianas.

A antiga cidade de Nínive, onde atuou o profeta Jonas, já é em grande parte dominada pelo governo iraquiano. Na última semana, o avanço foi esmagador, e toda a margem esquerda do rio Tigre já foi liberada.

Entrada para o túmulo do profeta Jonas na região histórica de Mossul (Nínive).

O governo anunciou oficialmente a liberação da região leste da cidade. A área histórica, incluindo o túmulo do profeta Jonas, está nessa região. contudo, os danos sofridos a essa construção histórica.

Deir Ez Zor, Síria

A cidade síria, praticamente desconhecida por aqui, é um enclave das forças do governo no meio do território do Estado islâmico. infelizmente, os terroristas nos últimos dias lançaram uma ofensiva na região, e conseguiram cortar a ligação entre a base aérea e a cidade. Eles hoje dominam elevações importantes e colocaram as forças armadas da Síria na defensiva.

Raqqa, Síria

Raqqa é a capital do Estado Islâmico, e também o nome de uma província na Síria. Grande parte do território já foi liberada por forças curdas, siríacas e árabes. 236 vilas foram liberadas desde o início da ofensiva, noticiado aqui no Visão Católica. 260 combatentes do Estado Islâmico foram mortos, 18 foram presos. 42 membros das chamadas “Forças Democráticas da Síria” e 3 do Conselho Militar Siríaco foram mortos. Essas forças estão agora a cerca de 25 quilômetros da capital do califado.

Homs, Síria

Na Província de Homs, onde o governo sírio havia perdido território para o Estado Islâmico (inclusive a cidade de Palmira, que havia sido recentemente reconqusitada), as forças armadas sírias avançaram 7Km na última semana, restando outros 35 até Palmira.

Começa ofensiva contra capital do Estado Islâmico

Forças especiais americanas na batalha por Raca, na Síria. (Foto: isis.liveuamap.com)
Forças especiais americanas na batalha por Raca, na Síria. (Foto: isis.liveuamap.com)

Após dois anos de proclamação do califado do Estado Islâmico (EI), profundamente contestado pelos próprios muçulmanos sunitas, que dizem liderar, o Estado Islâmico se vê na defensiva nas duas principais cidades que controla: Mossul (antiga Nínive, onde atuou o profeta Jonas) e Raca. A primeira ofensiva, pelo controle de Mossul, e que já dura semanas, visa a retomar o controle da maior cidade do califado pelo governo iraquiano com ajuda de forças internacionais, milícias xiitas e curdas. Na segunda ofensiva, iniciada há horas, participam apenas forças da oposição síria e da autoproclamada “coalizão” liderada pelos EUA. Enquanto isso, as forças armadas sírias avançam na província de Homs.

Civis que fugiam para o sul foram alvo do Estado Islâmico na batalha por Mossul. (Foto: isis.liveuamap.com)
Civis que fugiam para o sul foram alvo do Estado Islâmico na batalha por Mossul. (Foto: isis.liveuamap.com)

No centro das batalhas, como sempre, estão os civis. Em Mossul, os que fugiam da batalha foram ontem alvo de um atentado terrorista do EI, que deixou dezenas de vítimas. Eles rumavam para o sul, em direção ao território já conquistado pelas forças do governo iraquiano.

Forças iraquianas (território em vermelho) avançam sobre Mossul com apoio dos curdos (em amarelo), xiitas e forças internacionais. (Fonte: isis.liveuamap.com)
Forças iraquianas (território em vermelho) avançam sobre Mossul com apoio dos curdos (em amarelo), xiitas e forças internacionais. (Fonte: isis.liveuamap.com)

O controle territorial é fundamental para o conceito islâmico de califado. Conquistadas as duas cidades, o EI perderá sua capital e sua maior cidade, justamente o local onde o califado foi proclamado. Se as vitórias de 2014 ajudaram a recrutar estrangeiros para sua guerra, o EI se vê agora enfrentando sucessivas derrotas, na eminência de perder o controle sobre suas maiores glórias: a capital de onde administra seu território e sua maior conquista militar, símbolo de seu antigo poderio. Há tempos o califado foi derrotado também em Dabiq, cidade simbólica para sua ideologia, que busca levar à “batalha final”, que segundo testemunhas Maomé teria predito que aconteceria naquele lugar antes do fim dos tempos.

Helicópteros do governo sírio fotografados pelo Estado Islâmico na província de Homs. (Foto: isis.liveuamap.com)
Helicópteros do governo sírio fotografados pelo Estado Islâmico na província de Homs. (Foto: isis.liveuamap.com)