Resumo diário 20/07/2020

Leia as notícias mais interessantes de hoje:

Câmara aprova auxílio à agricultura familiar

A Câmara dos Deputados aprovou hoje a criação de um auxílio emergencial aos agricultores familiares impedidos de vender sua produção devido à pandemia de COVID-19. O projeto de lei nº 735/2020 é de autoria do deputado Enio Verri (PT-PR) e o substitutivo, que detalhou as condições do socorro é do deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).

Segundo o relator, a agricultura familiar não pode esperar. “Temos de garantir que os invisíveis se tornem visíveis”. A justificativa do projeto ressalta a importância da agricultura familiar para o abastecimento da população brasileira: ” a agricultura familiar responde por 82,26% dos estabelecimentos que produzem hortaliças, 79,93% dos que produzem lavouras temporárias, tendo significativa participação na produção pecuária, lavouras permanentes, pesca e produção florestal de florestas nativas”

CIMI denuncia ameaça de genocídio de indígenas

Ressaltando a situação dos povos indígenas isolados no entorno da Terra Indígena Eu-Wau-Wau, aonde recentemente se deslocaram, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denuncia a invasão dos territórios dos povos originários. “É crescente o número de invasores nos territórios habitados por indígenas isolados”, afirma o CIMI. Em abril deste ano, um índio Uru-Eu-Wau-Wau empenhado na vigilância da terra indígena foi assassinado – essa TI é alvo da ação de madeireiros, grileiros e garimpeiros. Situação semelhante ocorre em outras TIs, como as Yanomami, do Vale do Javari, Arariboia, Mamoadate, Munduruku, Kayapó e Ituna-Itaitá. O contato com os invasores propicia o alastramento da COVID-19 em uma população vulnerável a infecções respiratórias (os índios). Mesmo assim, o governo federal não tem nenhum plano ou protocolo para a retirada dos invasores, nem para a proteção dos indígenas.

Ângelus: papa pede paz entre Armênia e Azerbaijão

Enclave armênio de Nagorna-Karabakh, no Azerbaijão. Fonte: wikimedia.org. Domínio público.

Ontem (19), o papa Francisco se dirigiu especialmente às populações que vivem em situação de conflito, renovando o apelo a um cessar-fogo global e imediato para garantir a assistência humanitária às pessoas atingidas pelo coronavírus. De modo particular, o papa tratou do conflito entre Armênia e Azerbaijão acerca do domínio de um enclave de maioria armênia dentro do Azerbaijão. Hoje, na região, um antigo oblast autônomo soviético, está vigente um cessar-fogo, mas não foi alcançada uma paz duradoura. A guerra, que durou de 1988 a 1994, deixou 30 mil mortos. Escaramuças iniciadas no domingo retrasado deixaram 17 vítimas fatais e motivaram uma mobilização surpresa de 150 mil soldados russos – a Rússia faz fronteira com o Azerbaijão e é aliada da Armênia.

Síria: reaberta catedral maronita de Alepo

Catedral maronita de Alepo, Síria, após ataque jihadista e depois de reconstruída. Fonte: Vatican News.

Foi novamente consagrada hoje a catedral maronita de Santo Elias, em Alepo, no Noroeste da Síria. Construída em 1873, foi seriamente danificada pelos jihadistas apoiados pela Turquia e pelos Estados Unidos da América em 2013. A restauração foi possibilitada pela contribuição da organização eclesiástica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que doou 400 mil euros. “A reabertura da Catedral do ponto de vista simbólico representa uma mensagem para os paroquianos e cristãos de Aleppo, e do mundo, ainda presentes no país, apesar de estarmos diminuindo em número”, disse o arcebispo maronita de Alepo, Dom Joseph Tobij. Mesmo no auge da guerra, e até durante o cerco dos rebeldes islamitas à cidade, a Igreja Católica jamais abandonou o povo de Aleppo, fossem cristãos ou muçulmanos, árabes, assírios, siríacos ou curdos.

Dia mundial de oração pela paz no Iraque

Se ontem a Primeira Guerra Mundial completou 100 anos de deflagração, hoje a Europa vive um incomum cenário de guerra civil na Ucrânia. A falta de entendimento e cooperação entre a União Européia e a Rússia, que revivem um cenário de “guerra fria”, apoiando cada um um dos lados em disputa, provoca um sangrento conflito, que pode ter ocasionado até mesmo a morte dos ocupantes do avião da Malasian Airlines que recentemente caiu na região Donetsk, talvez abatido pelos rebeldes. É o retrato de um mundo violento, cujo príncipe, já derrotado por Jesus Cristo, em seus estertores provoca morte e destruição.

Ao mesmo tempo vemos o conflito entre Israel e Hamas em Gaza, na estreita faixa que nem mesmo nos tempos antigos os filhos de Jacó conseguiram verdadeiramente dominar. Na Líbia, na Síria, no Líbano, no Iraque, a mal-chamada “primavera árabe” provoca conflitos aparentemente intermináveis. Em todos esses lugares, a população sofre, e sobremaneira, os cristãos. Em Mosul, especialmente, a antiga Nínive, os cristãos foram expulsos da cidade ou assassinados, por se negarem a abandonar a fé. A culpa recai sobre um grupo jihadista originado na Síria, e que tenta constituir um estado islâmico sunita na região, um novo califado. As mesquitas xiitas também são alvo de ataque, inclusive a que foi construída sobre um antigo mosteiro no qual se encontrava o túmulo do profeta Jonas.

Por tudo isso, a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e o patriarca caldeu no Iraque chamam a Igreja e todas as pessoas, no mundo todo, a rezar amanhã, dia 6 de agosto, pela paz no Iraque. É a terra de nossos pais na fé, Abraão, Isaac e Jacó. É a festa da Transfiguração, e todos nós somos chamados a nos transfigurarmos em Jesus Cristo, que nos deixou a paz (Jo 14,17), paz que devemos semear por toda a criação. Para isso, o patriarca nos deixou uma oração:

Senhor,
a situação do nosso país
é crítica e o sofrimento dos cristãos
é pesado e nos assusta,
é por isso que Te pedimos, Senhor
para salvar as nossas vidas,
concede-nos paciência e coragem
para que possamos continuar a testemunhar
nossos valores cristãos com confiança e esperança.
Senhor, a paz é o fundamento de toda a vida;
Dá-nos paz e estabilidade
para que possamos viver uns com os outros sem medo,
sem ansiedade, com dignidade e alegria.
Glória a Ti para sempre.

Enquanto isso, devemo-nos lembrar das palavras de Jesus, e fortalecermo-nos nelas:

Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus. Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado. Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo. (Jo 16,2.7-11.33)