Aborto num país sem lei

O título pode parecer forte, mas é perfeitamente adequado: um país sem lei. Um país que prevê o aborto como crime, mesmo que exclua a punição de alguns casos, mas que pratica esse crime em nome do Estado – e, conseqüentemente, em nome do povo –, não é outra coisa, senão um país sem lei. O Código Penal brasileiro tipifica o aborto provocado como crime – e é mesmo, pois mata uma pessoa. Contudo, face aos enormes problemas psicológicos que envolvem determinadas situações, exclui de punição casos como o aborto após estupro ou quando a gestante corre risco de morrer. Está errado fazer isso, permanece sendo crime, mas não é punido.

No Brasil, contudo, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando José Serra era ministro da saúde (ambos são do mesmo PSDB que Aécio Neves), esse ministro editou uma “norma técnica” autorizando a prática do aborto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos casos em que o crime não é passível de punição. Essa norma abriu o caminho para os abortistas expandirem suas garras até o ponto em que hoje é fácil para qualquer um abortar uma criança inocente e indefesa.

Já a lei n.º 12.485/2013 estabelece procedimentos a serem adotados no atendimento a vítimas de “violência sexual”. Observe bem que não se trata de estupro, mas de violência sexual, ou seja, engloba os crimes de estupro, violação mediante fraude, assédio sexual etc., além de outras situações violentas, mas não criminosas. O Código Penal só exclui a punição no caso de estupro. Mesmo assim, trata de promover a “profilaxia da gravidez”. Já expliquei anteriormente como isso poderia ser usado para provocar aborto extremamente precoce, através da mal chamada “pílula do dia seguinte”, que nada mais é que um remédio abortivo para os primeiros dias a partir da concepção. Em qualquer caso de “violência sexual”. Ou seja, é uma lei que acoberta um crime.

Na última quinta-feira, porém, sob Dilma Rousseff e Arthur Chioro, ambos do PT, foi publicada no Diário Oficial uma portaria do ministério da saúde não apenas autorizando a realização de abortos pelo SUS, mas até mesmo estabelecendo o preço a ser pago por cada vida tirada. Fora a infame decisão do STF contra os anencéfalos (que não é um termo correto, pois essas crianças têm o encéfalo parcialmente desenvolvido), nenhuma outra legislação brasileira autoriza o aborto, exceto normas do próprio ministério da saúde, sob gestões do PSDB e do PT, que inclusive dispensam a apresentação de boletim de ocorrência (como a portaria 1.508/2005 e a norma técnica ali referenciada).

Em suma, não há lei no país que autorize o aborto. A agenda abortista, porém, se vale de “normas técnicas”, “portarias” e “ações de descumprimento de preceito fundamental” – que não passam pelo crivo dos representantes do povo no congresso, para que o aborto seja praticado no país. E, hoje, ele pode ser praticado em qualquer caso! Afinal, não é nem sequer necessário apresentar boletim de ocorrência para dizer que houve estupro. Já seria ilegal abortar nesse caso, mas não haveria punição. No entanto, haveria punição caso o crime comunicado não tivesse acontecido. Vivemos num país sem lei!

Liberdade de opinião?

Um tribunal suíço afirmou que não constitui crime realizar em público a saudação nazista. Ela não constituiria “gesto de discriminação racial”, e realizá-la durante um comício com 150 pessoas não seria propaganda da ideologia racista dos nazistas. Mas, a que remete essa saudação?

Saudações são saudações, mas não apenas isso. Elas realizam coisas que não se vêem. Um aperto de mão negado pode ser uma grave ofensa. Um abraço caloroso reforça amizades profundas. Essas saudações tornam praticamente possível tocar as realidades intangíveis a que remetem. São símbolos muito fortes. Não à toa, os fascistas italianos restauraram a saudação da antiga Roma, remetendo ao poder da cidade que dominou o mediterrâneo. Mare nostrum, diziam – “mar nosso”.

Desconheço qualquer outra realidade a que possa remeter a saudação nazista, a não ser o terror sob o qual viveu a Alemanha e o mundo sob domínio de Hitler e de seus asseclas. Ela remete – e torna presente, real – unicamente a ideologia da supremacia germânica, dos judeus chegando em condições desumanas aos campos de concentração, ao som da Cavalgada das valquírias. É uma mistura de Wagner e Nietzsche, da glorificação das raízes pagãs germânicas e do pessimismo radical do filósofo alemão, para quem o homem nasceu para ser dominado por “homens fortes” como Hitler, Goering, et caterva. Para eles, haveria a necessidade de a Alemanha – ou melhor, dos germânicos – conquistarem para si um “espaço vital”, que dominassem com mão de ferro e no qual submetessem ou exterminassem os outros povos. A isso remete a saudação nazista. Se não é racismo, é porque é muito pior do que simples racismo.

O homem, mesmo assim, é livre para pensar. Mas não pode realizar o mal, ou terá que sofrer as conseqüências.

Leia abaixo a íntegra da notícia:

Suíça autoriza saudações nazistas

O Tribunal de Lausanne deliberou que a saudação nazista nem sempre pode ser censurada, comunica a Fox News.

Deste modo, a saudação nazista “não pode ser vista como um gesto de discriminação racial, se refletir convicções pessoais e não estiver virada para a propaganda da ideologia racista”.

A deliberação anulou uma sentença pronunciada por um tribunal de comarca em relação a um homem que tinha praticado um cumprimento nazista, dizendo as palavras “Heil Hitler” (“Salve Hitler”) durante um comício de que tomaram parte 150 pessoas.

Vale notar que os extremistas de direita violam repetidamente, há já mais de 10 anos, a ordem pública no decurso de eventos alusivos ao Dia Nacional da Suíça, demonstrando símbolos nazistas.

O gesto de saudação de Hitler é qualificado como um crime de delito comum na Alemanha, Áustria e a República Tcheca.

Fonte: Voz da Rússia

Mais uma mártir moderna

A sentença, a 100 chibatadas e à morte, ainda não foi cumprida, porque está grávida. Porém, Maryam, sudanesa, filha de pai muçulmano e mãe cristã, foi condenada por ter-se declarado cristã perante um tribunal. Fê-lo para defender-se de outra acusação: um suposto adultério, por ser esposa de um cristão (o matrimônio não é reconhecido pela lei islâmica).

Esse é apenas mais um episódio entre tantos que vemos todos os anos acontecerem em países que impõem a sharya (lei do Islã) a cidadãos que não são, nem nunca foram muçulmanos. E em nossos tempos (obrigado, George Bush!) está em voga dizer que os cristãos perseguem muçulmanos! Remetem às cruzadas, feitas para proteger os peregrinos nos lugares santos, então recém-conquistados militarmente por reinos islâmicos. Remetem a guerras perpetradas como supostas respostas a atos terroristas realizados por grupos islâmicos. Remetem à xenofobia que tem aumentado na Europa (como se essa não atingisse cristãos).

No entanto, o que vemos? Alguns países de maioria muçulmana vêm aplicando leis contra aqueles que praticam outra religião, em geral o cristianismo. Trata-se de leis contra práticas religiosas, e não uma lei que por acaso atinja mais quem não é muçulmano. Se o Islã é a religião da submissão, como diz seu nome, tentam ao invés submeter os que não são muçulmanos. E por meios ainda mais brutais que os previstos no Corão. Não se limitam à perseguição econômica (que já é perseguição), mas vão às sanções penais, até mesmo à pena de morte, produzindo incontáveis mártires modernos.

Temos aqui no Brasil uma feliz convivência com nossos irmãos muçulmanos – que são filhos de nosso pai Abraão por meio de Ismael. Mas não podemos, em nome dessa convivência, deixar de denunciar a perseguição que sofrem nossos irmãos divinos (filhos adotivos de Deus Pai por Jesus Cristo, no Espírito Santo). Todos cremos no Deus único. O Corão não dá margem à conversão forçada de cristãos ou judeus. Por que deveríamos ignorar essa violência? Nós, que proclamamos que Deus é amor e é vida (I Jo 4,8.16; Jo 14,6), poderíamos deixar o nome de Deus ser usado para a morte? Não. Temos que afirmar: a lei natural e a lei divina são contra a morte. Proclamemos, todos os homens e mulheres, em especial os que acreditamos no Deus vivo: a vida é direito natural e divino de todo homem e de toda mulher!

Testemunho: o nascimento da Manuela (Deus está conosco)

Este é o testemunho que damos, minha esposa e eu, sobre como Deus nos acompanhou na gestação de nossa filha Manuela, que completou um ano no dia 25/04/2014. Na mesma situação, muitas pessoas não tardariam em sugerir um aborto. Deus, no entanto, é muito maior e garantiu a vida e a saúde de nossa filha, que chamamos justamente Manuela, que quer dizer “Deus conosco”. Confiar em Deus, em todas as situações, é o que de melhor podemos fazer!

Foi a nossa terceira gestação. Na primeira, tudo ia bem, até que o embrião morreu. Na segunda, após um susto inicial (um sangramento, com o qual descobrimos que a Vanessa estava grávida), tudo foi muito bem – até que, sem explicação, com seis meses nossa filha Maria Laís morreu. Tudo isso foi muito doloroso e deixou muitas marcas em nós. Não houve uma resposta unânime dos médicos a respeito do que causou as perdas, ambas de filhos saudáveis, mas a presença de trombose na placenta na segunda gestação (sem que minha esposa tivesse qualquer tendência comprovada para isso) fez a obstetra decidir pelo uso de anticoagulante. Uma cesariana recente completou os fatores para uma gestação de risco.

A gestação da Manuela já começou complicada: beta-HCG baixo, o que poderia significar ausência de embrião (só haveria saco gestacional). Assim que foi possível fazer um ultrassom, foi visualizado, além do saco gestacional, a vesícula vitelina, o que praticamente afastou esse risco, mesmo que o embrião não fosse visível. O pequeno embrião, ainda invisível para nós, foi logo consagrado à Mãe de Deus.

No segundo ultrassom, foi possível ver um pequeno embrião, saudável, com o coração batendo. Entretanto, havia também um grande descolamento, um coágulo muito maior que nossa filha. A Vanessa precisou fazer repouso. Quanto aos remédios, já utilizava tudo o que poderia ser usado, inclusive anticoagulante (aplicado diariamente na barriga, por ela mesma).

Desde o início dessa gestação, foi necessário complementar a progesterona, hormônio que sustenta a gestação até a formação da placenta. Mesmo com essa complementação, realizada na quantidade máxima possível para a situação, os níveis caíam assustadoramente, e o organismo da Vanessa já começava a expelir a complementação sem absorvê-la.

Depois,o beta-HCG começou a cair, o que poderia indicar aborto natural. Após muitos percalços para fazer o ultrassom de emergência, lá estava um embrião saudável, com o coração acelerado pelo susto que todos nós levamos. O descolamento, aliás, já havia diminuído.

Contudo, o beta-HCG e a progesterona continuaram a cair. Sentença: “essa gestação não irá progredir!” Novo ultrassom: coração do bebê batendo, descolamento desaparecido. O bebê continuava vivo, mas só havia duas possibilidades para a queda acelerada daquele hormônio: síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo 18) ou malformação abdominal. Em ambos os casos, se chegasse a nascer, o bebê logo morreria. Já havíamos nos agarrado a Deus – o mais que poderíamos fazer seria aguardar o ultrassom morfológico, que diminuiria (ou não) as dúvidas.

Nesse tempo fizemos o exame que determina o sexo do bebê pela análise do sangue materno (fragmentos do DNA da criança corre nas veias da mãe). Resultado: uma menina, que, como já havíamos decidido, se chamaria Manuela – Deus conosco!

Quando chegou finalmente o dia da ultrassonografia morfológica, soubemos que as possibilidades de malformação ou trissomia eram muito remotas! Mesmo assim, sugeriram-nos realizar um exame do líquido amniótico para estabelecer com maior certeza a probabilidade. Esse, no entanto, apresentava riscos para nossa filha, inclusive de morte. Tanto falaram dos problemas da síndrome de Edwards e de como seria importante saber se nossa filha seria portadora, que nossa cabeça estava a mil, mas não quisemos colocar nossa filha em risco por algo que não poderia ser evitado, nem prevenido. Aceitamos a nossa filha, e a colocamos nas mãos de Deus. Aliás, já poderíamos falar em milagre, porque as possibilidades de Edwards já eram remotas (uma para 2.662) e a malformação abdominal havia sido descartada.

Porém, como essa não deveria ser uma gestação tranqüila, a placenta havia se formado baixa, e havia risco de hemorragia e abortamento. A Vanessa continuou seu repouso, as semanas foram passando e os exames iam mostrando um bom desenvolvimento da nossa filha, mas a placenta continuava baixa, mesmo após o período em que poderia subir. Inesperadamente, com 27 semanas de gestação, a placenta subiu! Mais um milagre para a conta…

Logo chegamos às 28 semanas, e a gestação, que não passaria do primeiro trimestre, chegava ao terceiro com uma bebê “viável”, “com grandes possibilidades de sobrevivência” a um parto prematuro! Mesmo assim, devido ao histórico obstétrico da mãe, foi recomendado repouso até o final da gestação.

As semanas corriam, os exames passavam, a gestação evoluía conforme o esperado, até que, com 34 semanas e 6 dias, houve uma diminuição do líquido amniótico. Alarme geral! Essa bebê nascerá antes do tempo, marque-se o parto para o dia 3 de maio! Reserve-se um hospital com banco de sangue! Com banco de leite materno! UTIs prontas para receberem mãe e filha! Nessa data, completariam-se 37 semanas de gestação, e a Manuela já não seria prematura, mas não nasceria a termo.

Aguardávamos ansiosos quando, de repente, um exame deu resultado péssimo: infecção bacteriana grave, perigosíssima para a Manuela! Parto amanhã! Bebê prematura, com grandes possibilidades de ir para a UTI! Mamãe apenas um dia sem anticoagulante, risco de hemorragia! E fomos cedo para o hospital, para que a Vanessa tomasse ao menos 4 horas de antibiótico intravenoso, após uma dose cavalar de antibiótico oral…

Eis que, às 13h28 do dia 25 de abril de 2013, nasce uma bolinha ruiva de 3,050 Kg, chorou logo e foi para o bercinho aquecido. Prematura, portanto com dificuldades normais para se adaptar ao ambiente mais frio e para adequar a respiração, além de risco de hipoglicemia… O papai feliz, mas preocupado com tudo isso, um tanto perdido em meio às enfermeiras e à espera… Mas, logo veio a notícia: a Manuela não precisaria ir para a UTI! Obteve notas 8 e 9 no teste de Apgar! Tudo correra bem na cirurgia e a mamãe também não precisaria receber sangue, nem ir para a UTI! Ela já aguardava a Manuela na sala de recuperação! Que alívio para mim! Agora era só esperar a Manuela se ambientar, a Vanessa se recuperar, e chegar o leite que evitaria a hipoglicemia. Logo fomos felizes para o quarto e, no quarto dia, um domingo, fomos todos felizes para casa, e muito gratos a Deus! Assim que possível, fomos para o Paraná batizar nossa filha em meio aos parentes e amigos de longe. Graças a Deus na sua maravilhosa Providência! Aleluia!

Caritas in Veritate renovado

Finalmente está no ar a nova versão do Caritas in Veritate! A princípio, apenas uma mudança visual, mas que proporcionará a oportunidade de um blog mais ágil e leve, além de seções para estudos mais aprofundados de teologia e de história da Igreja. Estas duas seções ainda estão vazias, mas serão aos poucos utilizadas para compartilhar meus estudos nessas áreas. Espero que seja muito proveitoso não apenas para mim, mas especialmente para vocês, leitores, e para a Igreja.

Conto com a opinião de vocês para aprimorar sempre mais o Caritas in Veritate!

São José Operário

Hoje, dia do trabalho, é dia de refletir sobre o mistério do homem participando da criação de Deus. É nesse dia que celebramos a memória de S. José, esposo da Virgem Maria, sob o aspecto do trabalhador. Interessante refletir sobre o hino das laudes:

Anuncia a aurora do dia,
chama todos ao trabalho;
como outrora em Nazaré,
já se escutam serra e malho.

Salve, ó chefe de família!
Que mistério tão profundo
ver que ensinas teu ofício
a quem fez e salva o mundo!

Habitando agora o alto
com a Esposa e o Salvador,
vem e assiste aqui na terra
todo pobre e sofredor!

Ganhe o pobre um bom salário,
e feliz seja em seu lar;
gozem todos de saúde
com modéstia e bem-estar.

São José, roga por nós
à Trindade que é um só Deus;
encaminha os nossos passos,
guia a todos para os céus.

Quando Deus criou o mundo, disse ao homem: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1,28b-c) Aliás, “o Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivar o solo e o guardar.” (Gn 2,15) Sem o homem, a terra seria vazia e estéril (Gn 2,5). Quando, porém, o homem e a mulher pecaram, o trabalho, que deveria ser participação alegre e suave na obra divina, se tornou penoso, e o objeto do trabalho, como que um inimigo diante do homem (Gn 3,17-19).

O trabalho, pois, deve ser digna participação na obra divina, e tudo aquilo que o torna penoso é participação no pecado. A importância do trabalho é tamanha que o próprio Deus quis se tornar um trabalhador. Os governos e empregadores devem se esforçar ao máximo para que os trabalhadores tenham dignas condições de vida e de trabalho, e os trabalhadores devem procurar tais condições com alegria e altivez, pois tomam parte da obra de Deus. Neste ano de eleições, esse é um dos aspectos que devemos considerar ao escolher nossos candidatos, ao lado da defesa da vida, do nascituro, da infância, do meio ambiente, da dignidade da condição humana em geral, assim como da liberdade de consciência e de religião, para que possamos sempre professar nossa fé com liberdade e em público.

Para finalizar, deixo aqui as preces e a oração do dia (chamada coleta) para as laudes de hoje:

Oremos humildemente ao Senhor, de quem procede toda perfeição e santidade dos justos; e digamos:
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Senhor Deus, que chamastes os nossos pais na fé para caminharem na vossa presença com um coração perfeito, fazei que, seguindo os seus passos, alcancemos a perfeição de acordo com a vossa vontade.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Vós, que escolhestes São José, homem justo, para cuidar de vosso Filho na infância e juventude, fazei que sirvamos em nossos irmãos e irmãs o Corpo místico de Cristo.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Vós, que destes a terra aos seres humanos para que a povoassem e dominassem, ensinai-nos a trabalhar corajosamente neste mundo, buscando sempre a vossa glória.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Pai de todos nós, lembrai-vos da obra de vossas mãos, e dai a todos trabalho e condições de vida digna.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!

E agora, obedientes à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo,ousamos dizer:
Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.

Oremos:
Ó Deus, criador do universo, que destes aos homens a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e a proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Cristo ressuscitou! Aleluia!

Irmãos caríssimos, Cristo ressuscitou! Cantemos com toda a Igreja: aleluia, aleluia! Proclamemos em alta voz: o crucificado, aquele que o mundo desprezou, hoje vive e reina eternamente em sua glória!

Não pude, ainda, colocar no ar a nova versão do Caritas in Veritate – faltam apenas alguns ajustes. Entretanto, deixo-vos a mensagem Urbi et orbi do papa Francisco por ocasião desta Páscoa, na qual nos pede para rezar por muitos povos que precisam também viver suas páscoas, suas passagens da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. Uma feliz Páscoa a todos!

Mensagem Urbi et Orbi do Santo Padre Francisco – Páscoa de 2014

Amados irmãos e irmãs, boa e santa Páscoa!

Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (…). Vinde, vede o lugar onde jazia» ( Mt 28, 5-6).

Mensagem “Urbi et orbi” do papa Francisco por ocasião da Páscoa de 2014

Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.

Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído… « Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.

Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!

Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.

Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.

Tornai-nos capazes de proteger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.

Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.

Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.

Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.

Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!

Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.

Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.

Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.

Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.

Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.

Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

Saudação

Queridos irmãos e irmãs,

Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!

Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!

A vida do cristão

Nesse tempo de quaresma, somos convidados à conversão, isto é, a volvermo-nos para Deus e orientarmo-nos segundo ele. Nesse sentido são interessantes as leituras das horas canônicas para hoje. Nas laudes (pela manhã):

Vós vistes o que fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim. Portanto, se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos, porque minha é toda a terra. E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. (Ex 19,4-6a)

Nas vésperas (no fim da tarde):

Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito. (Rm 12,1s)

Na primeira leitura, temos uma recordação da eleição de Israel dentre todas as nações, para que seja a ligação entre Deus e a humanidade. Israel foi tirado do Egito, como que pinçado e transposto para a terra prometida, onde deveria permanecer pela eternidade, com a única condição de seguir a Aliança que Deus lhe ofereceu. Essa Aliança, esse tratado entre Deus e seu povo, era praticamente unilateral: Deus ofereceu o território, a soberania, a justiça e o direito; Israel apenas deveria aceitar, tornando-se assim a referência para todas as nações.

Eis o que vai acontecer no fim dos tempos,
que o monte onde está a casa do Senhor
será erguido muito acima de outros montes,
e elevado bem mais alto que as colinas.

Para ele acorrerão todas as gentes,
muitos povos chegarão ali dizendo:
“Vinde, subamos a montanha do Senhor,
vamos à casa do Senhor Deus de Israel,

para que ele nos ensine seus caminhos,
e trilhemos todos nós suas veredas.
Pois de Sião a sua Lei há de sair,
Jerusalém espalhará sua Palavra”.

Será ele o Juiz entre as nações
e o árbitro de povos numerosos.
Das espadas farão relhas de arado
e das lanças forjarão as suas foices.

Uma nação não se armará mais contra a outra,
nem haverão de exercitar-se para a guerra.
Vinde, ó casa de Jacó, vinde, achegai-vos,
caminhemos sob a luz de nosso Deus! (Is 2,2-5)

Essa é a Aliança oferecida por Deus à casa de Jacó, Israel. Bastava aceitar o que Deus lhe entregava, e Deus lhe entregava tudo. Agir em conformidade com a aliança era o que bastava para reinar por todo o sempre sobre a terra da promessa. Para que todas as nações não mais guerreassem, mas se dirigissem a Israel e a seu Deus.

Mas, Israel não agiu conforme o direito e a justiça que Deus lhes entregou, não realizou o “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, o “culto espiritual”. Por sua dureza de coração, quando o Filho do Deus Vivo, Jesus Cristo, veio ao mundo, para os que eram seus, não foi recebido. Contudo, os que o receberam, estes foram transformados em filhos de Deus (Jo 1,11s), transfigurados com Jesus Cristo e nele moldados. Não nasceram mais do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1,13). Assim, não estão mais sujeitos à carne ou a homem, mas a Deus. Devem distinguir o que é bom, o que agrada a Deus, o que é perfeito – isto é, a vontade de Deus – e agir em conformidade. Deus nos retirou dentre os pecadores, e nos fez uma Igreja, uma nação santa, um reino de sacerdotes para que o império de sua vontade se espalhe sobre toda a terra. Assim ajamos. Amém.

Caritas in Veritate será renovado

Irmãos, o Caritas in Veritate está já há algum tempo sem atualização (desde o dia de Jesus Cristo, Rei do Universo, ano passado). Não por falta de vontade de atualizar, mas por limitações alheias à minha vontade. Hoje, no entanto, sou grato a Deus por me oportunizar também a possibilidade de renovar o site, que ganhará novo formato, com um blog mais ágil e leve, mas também com estudos mais aprofundados sobre teologia e história da Igreja (afinal de contas, devo aproveitar a bênção de ser historiador, não é verdade?).

Nesse período de quaresma, que é tempo de conversão, e portanto de exame de consciência, devo examinar a forma de levar o melhor conteúdo religioso até vocês e assim exercer a teologia que venho estudando, para que dê frutos. Com a renovação pascal, deve também este trabalho ser renovado para propagar a Boa Nova que é Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16), verbo divino que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), que se tornou semelhante a nós em tudo, menos no pecado (v. Hb 4,15), e que sofreu, morreu e ressuscitou por amor a nós, para nos dar a vida eterna por meio de sua carne e de seu sangue (Jo 6,22-59). Amém!

Jesus Cristo, Rei do Universo

Hoje, domingo da 34.ª semana do tempo comum, último domingo antes do advento, comemoramos Jesus Cristo, Rei do Universo. É o encerramento do ano litúrgico, que se iniciou com a espera da vinda do Filho do Homem, seu nascimento, sua adoração por todas as nações e pelos anjos, que passou por seu ministério, sua paixão, morte e ressurreição, com que foi tragada a morte para longe de nós, de forma que com ele hoje vivemos e comemoramos e pedimos que venha o seu reinado. Vejamos algumas palavras de Orígenes, presbítero do século III, a esse respeito, conforme a Liturgia das Horas para hoje:

O Reino de Deus, conforme as palavras de nosso Senhor e Salvador, não vem visivelmente, nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo ali; mas o reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc 17,21), pois a palavra está muito próxima de nossa boca e em nosso coração (cf. Rm 10,8). Donde se segue, sem dúvida nenhuma, que quem reza pedindo a vinda do reino de Deus pede – justamente por já ter em si um início deste reino – que ele desponte, dê frutos e chegue à perfeição.

Pois Deus reina em todo o santo e quem é santo obedece às leis espirituais de Deus, que nele habita como em cidade bem administrada. Nele está presente o Pai e, junto com o Pai, reina Cristo na pessoa perfeita, segundo suas palavras: Viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23).

Então o reino de Deus, que já está em nós, chegará por nosso contínuo adiantamento à plenitude, quando se completar o que foi dito pelo Apóstolo: sujeitados todos os inimigos, Cristo entregará o reino a Deus e Pai, a fim de que Deus seja tudo em todos (cf. 1Cor 15,24.28). Por isto, rezemos sem cessar, com aquele amor que pelo Verbo se faz divino; e digamos a nosso Pai que está nos céus: Santificado seja teu nome, venha o teu reino (Mt 6,9-10).

Pedindo a Deus que seu reino se faça presente em nós desde já e eternamente, oremos:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações de vosso fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.
V. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra.
Oremos: ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.