Revogação da portaria do aborto

Na surdina, assim como entrou para a legislação brasileira, a infame portaria n.º 415/2014 da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde hoje deixou a legislação pátria. Foi revogada pela portaria n.º 437/2014, junto com outras, que tratam de atenção à osteoporose (n.º 224/2014), à doença renal crônica (n.º 277/2014), e de serviços de urologia (n.º 272/2014). Entrou sem alarde, saiu sem alarde. Nem uma notícia no portal do Ministério da Saúde. Nem uma notícia no do Palácio do Planalto. Somente as famílias brasileiras se preocuparam. O governo nem sequer deu uma explicação para o que poderia ser um “erro”, um “engano”.

Mas, como fica o nosso voto em outubro? Como confiar em quem havia prometido não alterar a legislação relativa ao aborto, mas cujo governo, mesmo depois revogando, publicou a tal portaria? Fica a impressão de que foi uma espécie de “teste”, uma tentativa de fazer entrar o aborto na sociedade brasileira, à revelia desta. Um ato lamentável, e que mostra a pouca (ou nenhuma) confiabilidade do PT nesse tema. E se não nos tivéssemos indignado? E se ninguém tivesse percebido a portaria abortista? De qualquer maneira, já está mais que estabelecida a estratégia dos abortistas para legalizar no Brasil a prática abominável. E permanece a lei n.º 12.485/2013, que disfarçadamente tenta “legalizar” o aborto extremamente precoce.

Veja no Zenit o que mais ficou da legislação abortista no Brasil.

Portaria n.º 437, de 28 de maio de 2014

Revoga as Portarias nº 224/SAS/MS, de 26 de março de 2014, 272/SAS/MS, de 2 de abril de 2014, 227/SAS/MS, de 4 de abril de 2014 e 415/SAS/MS, de 21 de maio de 2014. O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições, resolve:

Art. 1º Ficam revogadas: a Portaria nº 224/SAS/MS, de 26 de março de 2014, publicada no Diário Oficial da União(DOU) nº 59, de 27 de março de 2014, seção I páginas 35 à 39, a Portaria nº 272/SAS/MS, de 2 de abril de 2014, publicada no Diário Oficial da União(DOU) nº 65, de 4 de abril de 2014, seção 1, página 65, a Portaria nº 277/SAS/MS, de 4 de abril de 2014, publicada no Diário Oficial da União(DOU) nº 66, de 7 de abril de 2014, seção 1, páginas 47 e 48 e a Portaria nº 415/SAS/MS, de 21 de maio de 2014, publicada no Diário Oficial da União(DOU) nº 96, de 22 de maio de 2014, seção 1, páginas 60 e 61.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FAUSTO PEREIRA DOS SANTOS

Revogada a portaria do aborto

Foi revogada hoje, pela portaria n.º 437/2014 da Secretaria de Atenção à Saúde (Ministério da Saúde) a infame portaria n.º 415/2014, a portaria do aborto. A publicação se encontra no Diário Oficial da União, seção I, p. 40. Mais informações em breve.

Aborto ocorrerá com recursos para saúde da gestante

O texto a seguir foi originalmente redigido para uma agência de notícias católica, mas não foi publicado provavelmente por adotar um tom muito pessoal, mais próximo da crônica que da reportagem. Para que não fique inédito, e para que seja conhecido o tamanho da desfaçatez deste governo, publico-o aqui.

Foi noticiado no Zenit, edição de 25 de maio, que o governo federal tomou um passo a mais na legalização do aborto no Brasil – algo que, durante a campanha eleitoral, a atual presidente negou veementemente vir a fazer em seu mandato. Ao ler isso, não tive dúvidas: fui direto às fontes, saber o que realmente havia acontecido, pois esse é um assunto propenso a boatos. O que vi foi estarrecedor.

Em 2010, a então candidata Dilma Rousseff (PT), face às acusações de ser a favor do aborto, afirmou que nada mudaria na legislação e prometeu criar um programa, o Rede Cegonha, para cuidar de gestantes e bebês de até um ano. Sua campanha também recordou que fora o candidato opositor, José Serra, ministro de Fernando Henrique Cardoso (ambos do PSDB), quem dera uma interpretação torta ao código penal, possibilitando que o aborto fosse realizado quando ocorresse alguma das situações que excluem a aplicação da pena pelo crime. Fê-lo por uma norma técnica em 1999.

Em agosto do ano passado, foi sancionada a lei n.º 12.845/2013, que igualmente chamou a atenção de todos os que defendem a vida. Eu mesmo falei sobre isso na ocasião, mas acreditando que ela só poderia ser usada para promover o abortamento nos casos de uso da chamada “pílula do dia seguinte”, o que é muito grave, mas não é tão extenso quanto o que se fará agora. Já era um crime de lesa-humanidade, mas oculto pela propaganda de tal pílula e sua aceitação por uma sociedade que ignorava sua real ação.

Agora, porém, “fica incluído, na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do SUS […] o procedimento 04.11.02.006-4 – INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO/ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DO PARTO PREVISTAS EM LEI”. Ele “consiste em procedimento direcionado a mulheres em que a interrupção da gestação é prevista em lei, por ser decorrente de estupro, por acarretar risco de vida para a mulher ou por ser gestação de anencéfalo.” (Diário Oficial da União, 22 de maio de 2014, seção I, p. 61) Ocorre que em nenhum desses casos a lei autoriza o abortamento. O último caso, inclusive, foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal, não sendo sequer mencionado em qualquer lei.

Isso tudo seria suficiente para considerar que Dilma traiu seus eleitores ao prometer não alterar a legislação, mas alterá-la. E em um assunto que foi o centro do debate no final do primeiro turno e no turno seguinte. O mais estarrecedor, porém, talvez seja a hipocrisia com que isso foi feito. Em 2010, como resposta às acusações contra si, Dilma prometeu criar o Rede Cegonha, para cuidar de gestantes e bebês. Mas, os recursos para realizar o aborto no SUS “correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.2015.8585 – Plano Orçamentário 0009 – Atenção à Saúde da População para Média e Alta Complexidade – Plano orçamentário 0004 – Rede Cegonha”.

Aborto num país sem lei

O título pode parecer forte, mas é perfeitamente adequado: um país sem lei. Um país que prevê o aborto como crime, mesmo que exclua a punição de alguns casos, mas que pratica esse crime em nome do Estado – e, conseqüentemente, em nome do povo –, não é outra coisa, senão um país sem lei. O Código Penal brasileiro tipifica o aborto provocado como crime – e é mesmo, pois mata uma pessoa. Contudo, face aos enormes problemas psicológicos que envolvem determinadas situações, exclui de punição casos como o aborto após estupro ou quando a gestante corre risco de morrer. Está errado fazer isso, permanece sendo crime, mas não é punido.

No Brasil, contudo, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando José Serra era ministro da saúde (ambos são do mesmo PSDB que Aécio Neves), esse ministro editou uma “norma técnica” autorizando a prática do aborto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos casos em que o crime não é passível de punição. Essa norma abriu o caminho para os abortistas expandirem suas garras até o ponto em que hoje é fácil para qualquer um abortar uma criança inocente e indefesa.

Já a lei n.º 12.485/2013 estabelece procedimentos a serem adotados no atendimento a vítimas de “violência sexual”. Observe bem que não se trata de estupro, mas de violência sexual, ou seja, engloba os crimes de estupro, violação mediante fraude, assédio sexual etc., além de outras situações violentas, mas não criminosas. O Código Penal só exclui a punição no caso de estupro. Mesmo assim, trata de promover a “profilaxia da gravidez”. Já expliquei anteriormente como isso poderia ser usado para provocar aborto extremamente precoce, através da mal chamada “pílula do dia seguinte”, que nada mais é que um remédio abortivo para os primeiros dias a partir da concepção. Em qualquer caso de “violência sexual”. Ou seja, é uma lei que acoberta um crime.

Na última quinta-feira, porém, sob Dilma Rousseff e Arthur Chioro, ambos do PT, foi publicada no Diário Oficial uma portaria do ministério da saúde não apenas autorizando a realização de abortos pelo SUS, mas até mesmo estabelecendo o preço a ser pago por cada vida tirada. Fora a infame decisão do STF contra os anencéfalos (que não é um termo correto, pois essas crianças têm o encéfalo parcialmente desenvolvido), nenhuma outra legislação brasileira autoriza o aborto, exceto normas do próprio ministério da saúde, sob gestões do PSDB e do PT, que inclusive dispensam a apresentação de boletim de ocorrência (como a portaria 1.508/2005 e a norma técnica ali referenciada).

Em suma, não há lei no país que autorize o aborto. A agenda abortista, porém, se vale de “normas técnicas”, “portarias” e “ações de descumprimento de preceito fundamental” – que não passam pelo crivo dos representantes do povo no congresso, para que o aborto seja praticado no país. E, hoje, ele pode ser praticado em qualquer caso! Afinal, não é nem sequer necessário apresentar boletim de ocorrência para dizer que houve estupro. Já seria ilegal abortar nesse caso, mas não haveria punição. No entanto, haveria punição caso o crime comunicado não tivesse acontecido. Vivemos num país sem lei!

Liberdade de opinião?

Um tribunal suíço afirmou que não constitui crime realizar em público a saudação nazista. Ela não constituiria “gesto de discriminação racial”, e realizá-la durante um comício com 150 pessoas não seria propaganda da ideologia racista dos nazistas. Mas, a que remete essa saudação?

Saudações são saudações, mas não apenas isso. Elas realizam coisas que não se vêem. Um aperto de mão negado pode ser uma grave ofensa. Um abraço caloroso reforça amizades profundas. Essas saudações tornam praticamente possível tocar as realidades intangíveis a que remetem. São símbolos muito fortes. Não à toa, os fascistas italianos restauraram a saudação da antiga Roma, remetendo ao poder da cidade que dominou o mediterrâneo. Mare nostrum, diziam – “mar nosso”.

Desconheço qualquer outra realidade a que possa remeter a saudação nazista, a não ser o terror sob o qual viveu a Alemanha e o mundo sob domínio de Hitler e de seus asseclas. Ela remete – e torna presente, real – unicamente a ideologia da supremacia germânica, dos judeus chegando em condições desumanas aos campos de concentração, ao som da Cavalgada das valquírias. É uma mistura de Wagner e Nietzsche, da glorificação das raízes pagãs germânicas e do pessimismo radical do filósofo alemão, para quem o homem nasceu para ser dominado por “homens fortes” como Hitler, Goering, et caterva. Para eles, haveria a necessidade de a Alemanha – ou melhor, dos germânicos – conquistarem para si um “espaço vital”, que dominassem com mão de ferro e no qual submetessem ou exterminassem os outros povos. A isso remete a saudação nazista. Se não é racismo, é porque é muito pior do que simples racismo.

O homem, mesmo assim, é livre para pensar. Mas não pode realizar o mal, ou terá que sofrer as conseqüências.

Leia abaixo a íntegra da notícia:

Suíça autoriza saudações nazistas

O Tribunal de Lausanne deliberou que a saudação nazista nem sempre pode ser censurada, comunica a Fox News.

Deste modo, a saudação nazista “não pode ser vista como um gesto de discriminação racial, se refletir convicções pessoais e não estiver virada para a propaganda da ideologia racista”.

A deliberação anulou uma sentença pronunciada por um tribunal de comarca em relação a um homem que tinha praticado um cumprimento nazista, dizendo as palavras “Heil Hitler” (“Salve Hitler”) durante um comício de que tomaram parte 150 pessoas.

Vale notar que os extremistas de direita violam repetidamente, há já mais de 10 anos, a ordem pública no decurso de eventos alusivos ao Dia Nacional da Suíça, demonstrando símbolos nazistas.

O gesto de saudação de Hitler é qualificado como um crime de delito comum na Alemanha, Áustria e a República Tcheca.

Fonte: Voz da Rússia

Mais uma mártir moderna

A sentença, a 100 chibatadas e à morte, ainda não foi cumprida, porque está grávida. Porém, Maryam, sudanesa, filha de pai muçulmano e mãe cristã, foi condenada por ter-se declarado cristã perante um tribunal. Fê-lo para defender-se de outra acusação: um suposto adultério, por ser esposa de um cristão (o matrimônio não é reconhecido pela lei islâmica).

Esse é apenas mais um episódio entre tantos que vemos todos os anos acontecerem em países que impõem a sharya (lei do Islã) a cidadãos que não são, nem nunca foram muçulmanos. E em nossos tempos (obrigado, George Bush!) está em voga dizer que os cristãos perseguem muçulmanos! Remetem às cruzadas, feitas para proteger os peregrinos nos lugares santos, então recém-conquistados militarmente por reinos islâmicos. Remetem a guerras perpetradas como supostas respostas a atos terroristas realizados por grupos islâmicos. Remetem à xenofobia que tem aumentado na Europa (como se essa não atingisse cristãos).

No entanto, o que vemos? Alguns países de maioria muçulmana vêm aplicando leis contra aqueles que praticam outra religião, em geral o cristianismo. Trata-se de leis contra práticas religiosas, e não uma lei que por acaso atinja mais quem não é muçulmano. Se o Islã é a religião da submissão, como diz seu nome, tentam ao invés submeter os que não são muçulmanos. E por meios ainda mais brutais que os previstos no Corão. Não se limitam à perseguição econômica (que já é perseguição), mas vão às sanções penais, até mesmo à pena de morte, produzindo incontáveis mártires modernos.

Temos aqui no Brasil uma feliz convivência com nossos irmãos muçulmanos – que são filhos de nosso pai Abraão por meio de Ismael. Mas não podemos, em nome dessa convivência, deixar de denunciar a perseguição que sofrem nossos irmãos divinos (filhos adotivos de Deus Pai por Jesus Cristo, no Espírito Santo). Todos cremos no Deus único. O Corão não dá margem à conversão forçada de cristãos ou judeus. Por que deveríamos ignorar essa violência? Nós, que proclamamos que Deus é amor e é vida (I Jo 4,8.16; Jo 14,6), poderíamos deixar o nome de Deus ser usado para a morte? Não. Temos que afirmar: a lei natural e a lei divina são contra a morte. Proclamemos, todos os homens e mulheres, em especial os que acreditamos no Deus vivo: a vida é direito natural e divino de todo homem e de toda mulher!

Testemunho: o nascimento da Manuela (Deus está conosco)

Este é o testemunho que damos, minha esposa e eu, sobre como Deus nos acompanhou na gestação de nossa filha Manuela, que completou um ano no dia 25/04/2014. Na mesma situação, muitas pessoas não tardariam em sugerir um aborto. Deus, no entanto, é muito maior e garantiu a vida e a saúde de nossa filha, que chamamos justamente Manuela, que quer dizer “Deus conosco”. Confiar em Deus, em todas as situações, é o que de melhor podemos fazer!

Foi a nossa terceira gestação. Na primeira, tudo ia bem, até que o embrião morreu. Na segunda, após um susto inicial (um sangramento, com o qual descobrimos que a Vanessa estava grávida), tudo foi muito bem – até que, sem explicação, com seis meses nossa filha Maria Laís morreu. Tudo isso foi muito doloroso e deixou muitas marcas em nós. Não houve uma resposta unânime dos médicos a respeito do que causou as perdas, ambas de filhos saudáveis, mas a presença de trombose na placenta na segunda gestação (sem que minha esposa tivesse qualquer tendência comprovada para isso) fez a obstetra decidir pelo uso de anticoagulante. Uma cesariana recente completou os fatores para uma gestação de risco.

A gestação da Manuela já começou complicada: beta-HCG baixo, o que poderia significar ausência de embrião (só haveria saco gestacional). Assim que foi possível fazer um ultrassom, foi visualizado, além do saco gestacional, a vesícula vitelina, o que praticamente afastou esse risco, mesmo que o embrião não fosse visível. O pequeno embrião, ainda invisível para nós, foi logo consagrado à Mãe de Deus.

No segundo ultrassom, foi possível ver um pequeno embrião, saudável, com o coração batendo. Entretanto, havia também um grande descolamento, um coágulo muito maior que nossa filha. A Vanessa precisou fazer repouso. Quanto aos remédios, já utilizava tudo o que poderia ser usado, inclusive anticoagulante (aplicado diariamente na barriga, por ela mesma).

Desde o início dessa gestação, foi necessário complementar a progesterona, hormônio que sustenta a gestação até a formação da placenta. Mesmo com essa complementação, realizada na quantidade máxima possível para a situação, os níveis caíam assustadoramente, e o organismo da Vanessa já começava a expelir a complementação sem absorvê-la.

Depois,o beta-HCG começou a cair, o que poderia indicar aborto natural. Após muitos percalços para fazer o ultrassom de emergência, lá estava um embrião saudável, com o coração acelerado pelo susto que todos nós levamos. O descolamento, aliás, já havia diminuído.

Contudo, o beta-HCG e a progesterona continuaram a cair. Sentença: “essa gestação não irá progredir!” Novo ultrassom: coração do bebê batendo, descolamento desaparecido. O bebê continuava vivo, mas só havia duas possibilidades para a queda acelerada daquele hormônio: síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo 18) ou malformação abdominal. Em ambos os casos, se chegasse a nascer, o bebê logo morreria. Já havíamos nos agarrado a Deus – o mais que poderíamos fazer seria aguardar o ultrassom morfológico, que diminuiria (ou não) as dúvidas.

Nesse tempo fizemos o exame que determina o sexo do bebê pela análise do sangue materno (fragmentos do DNA da criança corre nas veias da mãe). Resultado: uma menina, que, como já havíamos decidido, se chamaria Manuela – Deus conosco!

Quando chegou finalmente o dia da ultrassonografia morfológica, soubemos que as possibilidades de malformação ou trissomia eram muito remotas! Mesmo assim, sugeriram-nos realizar um exame do líquido amniótico para estabelecer com maior certeza a probabilidade. Esse, no entanto, apresentava riscos para nossa filha, inclusive de morte. Tanto falaram dos problemas da síndrome de Edwards e de como seria importante saber se nossa filha seria portadora, que nossa cabeça estava a mil, mas não quisemos colocar nossa filha em risco por algo que não poderia ser evitado, nem prevenido. Aceitamos a nossa filha, e a colocamos nas mãos de Deus. Aliás, já poderíamos falar em milagre, porque as possibilidades de Edwards já eram remotas (uma para 2.662) e a malformação abdominal havia sido descartada.

Porém, como essa não deveria ser uma gestação tranqüila, a placenta havia se formado baixa, e havia risco de hemorragia e abortamento. A Vanessa continuou seu repouso, as semanas foram passando e os exames iam mostrando um bom desenvolvimento da nossa filha, mas a placenta continuava baixa, mesmo após o período em que poderia subir. Inesperadamente, com 27 semanas de gestação, a placenta subiu! Mais um milagre para a conta…

Logo chegamos às 28 semanas, e a gestação, que não passaria do primeiro trimestre, chegava ao terceiro com uma bebê “viável”, “com grandes possibilidades de sobrevivência” a um parto prematuro! Mesmo assim, devido ao histórico obstétrico da mãe, foi recomendado repouso até o final da gestação.

As semanas corriam, os exames passavam, a gestação evoluía conforme o esperado, até que, com 34 semanas e 6 dias, houve uma diminuição do líquido amniótico. Alarme geral! Essa bebê nascerá antes do tempo, marque-se o parto para o dia 3 de maio! Reserve-se um hospital com banco de sangue! Com banco de leite materno! UTIs prontas para receberem mãe e filha! Nessa data, completariam-se 37 semanas de gestação, e a Manuela já não seria prematura, mas não nasceria a termo.

Aguardávamos ansiosos quando, de repente, um exame deu resultado péssimo: infecção bacteriana grave, perigosíssima para a Manuela! Parto amanhã! Bebê prematura, com grandes possibilidades de ir para a UTI! Mamãe apenas um dia sem anticoagulante, risco de hemorragia! E fomos cedo para o hospital, para que a Vanessa tomasse ao menos 4 horas de antibiótico intravenoso, após uma dose cavalar de antibiótico oral…

Eis que, às 13h28 do dia 25 de abril de 2013, nasce uma bolinha ruiva de 3,050 Kg, chorou logo e foi para o bercinho aquecido. Prematura, portanto com dificuldades normais para se adaptar ao ambiente mais frio e para adequar a respiração, além de risco de hipoglicemia… O papai feliz, mas preocupado com tudo isso, um tanto perdido em meio às enfermeiras e à espera… Mas, logo veio a notícia: a Manuela não precisaria ir para a UTI! Obteve notas 8 e 9 no teste de Apgar! Tudo correra bem na cirurgia e a mamãe também não precisaria receber sangue, nem ir para a UTI! Ela já aguardava a Manuela na sala de recuperação! Que alívio para mim! Agora era só esperar a Manuela se ambientar, a Vanessa se recuperar, e chegar o leite que evitaria a hipoglicemia. Logo fomos felizes para o quarto e, no quarto dia, um domingo, fomos todos felizes para casa, e muito gratos a Deus! Assim que possível, fomos para o Paraná batizar nossa filha em meio aos parentes e amigos de longe. Graças a Deus na sua maravilhosa Providência! Aleluia!

Caritas in Veritate renovado

Finalmente está no ar a nova versão do Caritas in Veritate! A princípio, apenas uma mudança visual, mas que proporcionará a oportunidade de um blog mais ágil e leve, além de seções para estudos mais aprofundados de teologia e de história da Igreja. Estas duas seções ainda estão vazias, mas serão aos poucos utilizadas para compartilhar meus estudos nessas áreas. Espero que seja muito proveitoso não apenas para mim, mas especialmente para vocês, leitores, e para a Igreja.

Conto com a opinião de vocês para aprimorar sempre mais o Caritas in Veritate!

São José Operário

Hoje, dia do trabalho, é dia de refletir sobre o mistério do homem participando da criação de Deus. É nesse dia que celebramos a memória de S. José, esposo da Virgem Maria, sob o aspecto do trabalhador. Interessante refletir sobre o hino das laudes:

Anuncia a aurora do dia,
chama todos ao trabalho;
como outrora em Nazaré,
já se escutam serra e malho.

Salve, ó chefe de família!
Que mistério tão profundo
ver que ensinas teu ofício
a quem fez e salva o mundo!

Habitando agora o alto
com a Esposa e o Salvador,
vem e assiste aqui na terra
todo pobre e sofredor!

Ganhe o pobre um bom salário,
e feliz seja em seu lar;
gozem todos de saúde
com modéstia e bem-estar.

São José, roga por nós
à Trindade que é um só Deus;
encaminha os nossos passos,
guia a todos para os céus.

Quando Deus criou o mundo, disse ao homem: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1,28b-c) Aliás, “o Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivar o solo e o guardar.” (Gn 2,15) Sem o homem, a terra seria vazia e estéril (Gn 2,5). Quando, porém, o homem e a mulher pecaram, o trabalho, que deveria ser participação alegre e suave na obra divina, se tornou penoso, e o objeto do trabalho, como que um inimigo diante do homem (Gn 3,17-19).

O trabalho, pois, deve ser digna participação na obra divina, e tudo aquilo que o torna penoso é participação no pecado. A importância do trabalho é tamanha que o próprio Deus quis se tornar um trabalhador. Os governos e empregadores devem se esforçar ao máximo para que os trabalhadores tenham dignas condições de vida e de trabalho, e os trabalhadores devem procurar tais condições com alegria e altivez, pois tomam parte da obra de Deus. Neste ano de eleições, esse é um dos aspectos que devemos considerar ao escolher nossos candidatos, ao lado da defesa da vida, do nascituro, da infância, do meio ambiente, da dignidade da condição humana em geral, assim como da liberdade de consciência e de religião, para que possamos sempre professar nossa fé com liberdade e em público.

Para finalizar, deixo aqui as preces e a oração do dia (chamada coleta) para as laudes de hoje:

Oremos humildemente ao Senhor, de quem procede toda perfeição e santidade dos justos; e digamos:
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Senhor Deus, que chamastes os nossos pais na fé para caminharem na vossa presença com um coração perfeito, fazei que, seguindo os seus passos, alcancemos a perfeição de acordo com a vossa vontade.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Vós, que escolhestes São José, homem justo, para cuidar de vosso Filho na infância e juventude, fazei que sirvamos em nossos irmãos e irmãs o Corpo místico de Cristo.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Vós, que destes a terra aos seres humanos para que a povoassem e dominassem, ensinai-nos a trabalhar corajosamente neste mundo, buscando sempre a vossa glória.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!
Pai de todos nós, lembrai-vos da obra de vossas mãos, e dai a todos trabalho e condições de vida digna.
R. Santificai-nos Senhor, segundo a vossa justiça!

E agora, obedientes à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo,ousamos dizer:
Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.

Oremos:
Ó Deus, criador do universo, que destes aos homens a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e a proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.