Faixa de Gaza: não há lugar seguro para deslocamento forçado

Enquanto Israel determina o deslocamento forçado da população de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, incluindo pessoas que já haviam sido forçadas a se deslocar de outras partes dessa região palestina, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazarini, afirma: “A afirmação de que pessoas em Gaza podem se mover para zonas ‘seguras’ ou ‘humanitárias’ é falsa. Não há lugar seguro. Ninguém está seguro”

“Desde o início da guerra em Gaza”, diz Lazarini, “os palestinos foram forçados várias vezes a procurar segurança que nunca encontraram, inclusive em abrigos da UNRWA.” E acrescenta: as áreas para onde se deslocam agora não contam sequer com água tratada ou saneamento básico. A situação ainda se agrava pela falta de ajuda humanitária, incluindo comida e outros itens básicos.

O chefe da missão da ONU recorda as obrigações das partes no conflito, incluindo o Estado de Israel, o Hamas e outros grupos armados palestinos:

  • A passagem rápida e desimpedida de ajuda humanitária para todos os civis em necessidade, onde quer que estejam, é essencial e tem que ser permitida e facilitada;
  • a população deslocada precisa ter acesso a itens básicos de sobrevivência, incluindo comida, água e abrigo, bem como higiene, saúde, assistência e, acima de tudo, segurança;
  • as equipes de ajuda humanitária precisam de liberdade e segurança de movimentação para alcançar aqueles em necessidade de assistência e proteção onde quer que estejam;
  • é obrigação das partes em conflito proteger civis e objetos civis em toda parte.

Ao fim, Philippe Lazarini afirma: “acima de tudo, é tempo de concordar com um cessar-fogo”.

Deixe uma resposta