Dilma: ministérios continuam como estão

A presidente Dilma Rousseff afirmou, durante cerimônia de apresentação da aeronave KC-390, da Embraer, que não fará nenhuma reforma ministerial antes da votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. A declaração contraria todos os jornais de maior circulação e audiência, que davam como fato a “negociata” de cargos no governo em troca de apoio político — o que alimentava o discurso da oposição para enfraquecer o governo.

Disse Dilma:

O Palácio do Planalto não está pretendendo realizar qualquer reestruturação ministerial antes de qualquer processo de votação na Câmara. Nos não vamos mexer em nada.

E:

As especulações que fazem sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente isso que eu disse: especulações, sem base na verdade. Isso não é bom para o jornalismo, que cria no país um clima de instabilidade extremamente nocivo.

E criticou a atitude da grande mídia: “Isso tem ido desde a minha saúde até as mudanças no governo. Por favor, a gente tem quem se pautar por realismo. Realismo, notícias verídicas”.

As declarações de Dilma Rousseff, além de contrariarem as “notícias” que vêm sendo veiculadas, reforçam a afirmação de Michel Temer na carta “secreta” de dezembro: “A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha.” Ou seja, não parece ser o costume desse governo a “compra de apoio com cargos”, embora muitos ocupantes de cargos sejam indicados pelos partidos políticos que o apoiam. Reforça-se a tese de que se trata de um governo de alianças, mais que de fisiologismo.

(Imagem em destaque: Presidenta Dilma Rousseff durante visita à aeronave KC-390 da Embraer. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

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