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Resumo diário 30/07/2020

Leia as notícias mais interessantes de hoje:

Dia internacional contra o tráfico de pessoas

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30 de julho é Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Ontem, a CNBB realizou uma live da campanha “Quanto vale a vida?” O bispo da Prelazia de Marajó e presidente da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH), Dom Evaristo Pascoal Spengler, salientou: “as pessoas que traficam pessoas, eles não querem realizar o sonho de ninguém. Para eles, uma pessoa humana só vale aquilo que ela pode produzir, aquilo que ela pode lucrar com essa pessoa”. A irmã scalabriniana Eurides Alves de Oliveira, também da CEPEETH, afirmou: “como Igreja, que defende a vida, que quer construir um projeto de vida que é o projeto do Reino, nós afirmamos que a vida é inviolável, a vida é sagrada e ela não pode ser mercantilizada”.

Amanhã (31), irmãs scalabrinianas partirão em missão à ilha grega de Lesbos, próxima à Turquia, um dos mais importantes pontos de chegada de refugiados à União Europeia (fotos acima). Segundo Vatican News, “as missionárias realizarão um trabalho de assistência aos refugiados que chegam à ilha grega, sobretudo no que diz respeito aos corredores humanitários realizados pela instituição romana. Isso significa permitir aos migrantes ingressarem no território italiano de forma segura e dentro da lei, sem que tenham que arriscar suas vidas.”

Professor universitário absolvido de acusação feita pela Vale

Professor Evandro Medeiros (UFSSP). Fonte: Comissão Pastoral da Terra.

O professor Evandro Medeiros, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, foi absolvido da segunda acusação feita contra ele pela mineradora Vale do Rio Doce, privatizada no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O professor havia se solidarizado com pessoas pobres afetadas pela duplicação da estrada de ferro Carajás, pertencente à mineradora, em Marabá (PA), e às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Mariana (MG). Em nota datada de hoje (30), a Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Marabá, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), o Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP) e a Rede Justiça nos Trilhos (JNT) afirmam:

Ao final de ambos os processos se confirmou o óbvio: Evandro Medeiros foi vítima de criminalização promovida pela Vale com respaldo de determinados agentes do Estado. Os processos promovidos contra ele são uma demonstração clara de como o poder econômico da Empresa influencia os órgãos de investigação e acusação na região Sudeste do Pará, onde crimes cometidos pela Empresa, geralmente não são investigados e raramente existem denúncias das ilegalidades por ela praticadas. Por outro lado, manifestações, legitimamente amparadas pela Constituição, de grupos atingidos por impactos dos projetos da Empresa, são tipificadas e denunciadas como se fossem práticas criminosas.

Índia: cresce violência contra cristãos

Relatório do organismo ecumênico Persecution Relief demonstra aumento alarmante da perseguição a cristãos na Índia. No país de maioria hindu, os crimes de ódio contra cristãos aumentaram mais de 40%, apesar das medidas de isolamento social adotadas no dia 25 de março para conter o coronavírus. Segundo Shibu Thomas, fundador do Persecution Relief, o aumento da intolerância contra os cristãos demonstra o crescimento da ideologia nacionalista hinduísta – representada pelo Partido do Povo Indiano (BJP), do presidente Ram Kovind e do primeiro-ministro Narendra Modi.

Líderes religiosos sugerem partilha de Santa Sofia

Após a basílica de Santa Sofia voltar a ser utilizada como mesquita, líderes protestantes e católicos paquistaneses sugeriram a partilha do local entre muçulmanos e cristãos. “Os cristãos poderiam rezar no domingo e os muçulmanos na sexta-feira”, disse o padre Abid Habib à agência Ucanews. E acrescentou:

Nos programas de diálogo inter-religioso ouvi muitas vezes doutos muçulmanos citar hadith (contos sobre a vida de Maomé, ndr), em que o Profeta permitia que delegações cristãs usassem a Mesquita de Masjid-e-Nabvi, em Medina. Há uma catedral em Boston que é usada pelos muçulmanos para a oração da sexta-feira e se poderia aprender desses exemplos, fazendo de Santa Sofia um lugar de culto para cristãos e muçulmanos

Para o bispo anglicano Azad Marshall, isso “contribuiria para promover a compreensão, o respeito, o diálogo e a colaboração recíproca”. A antiga igreja bizantina foi transformada em mesquita após a queda de Constantinopla nas mãos do Império Turco-Otomano, mas foi transformada em museu pelo fundador da república turca, o coronel Ataturk.

(Montagem em destaque: autoria desconhecida)

Resumo diário 12/07/2020

Leia as notícias mais interessantes de hoje:

Hagia Sofia se torna mesquita

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou nula a decisão do coronel Ataturk, pai do moderno Estado turco, que em 1934 transformou a antiga catedral de Hagia Sofia (Santa Sabedoria), de mesquita em museu. Para o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, Santa Sofia, localizada junto ao estreito do Bósforo, era um local “no qual Oriente e Ocidente se abraçam”. Com isso, a basílica volta a ser uma mesquita, e as orações muçulmanas voltarão a ser realizadas lá daqui a duas sextas-feiras. A decisão foi lamentada hoje pelo papa Francisco na oração do Ângelus: “penso em Santa Sofia e fico muito triste”. O diretor-geral da Unesco, Audrey Azoulay, expressou seu profundo pesar pela decisão das autoridades turcas:

Hagia Sofia é uma obra-prima arquitetônica e um testemunho único das interações entre Europa e Ásia ao longo dos séculos. Seu status como museu reflete a natureza universal dessa herança, e faz dela um símbolo poderoso pelo diálogo.

Exterior de Santa Sofia. Foto: Antti-T.-Nissinen.

Esse ato parece ir na direção de exaltar a relação da atual Turquia com o antigo Império Turco-Otomano, extinto em 1923 com o fim do califado otomano. A Turquia sob Erdogan vem intervindo em territórios antes pertencentes ao califado, como a Síria e a Líbia, e ele mesmo foi bem direto ao falar dessa continuidade: “a essência é a mesma, a alma é a mesma, muitas instituições também são as mesmas”.

Bolsonaro denunciado na ONU por vetos às medidas de proteção de indígenas durante a pandemia

Organizações ligadas aos povos indígenas, entre elas a Comissão Episcopal Pastoral para a Amazônia, da CNBB, a Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), a Red Iglesias y Minería e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) denunciou os recentes vetos do presidente da República às medidas de proteção aos povos indígena, aos quilombolas, aos pescadores artesanais e às comunidades tradicionais. Nota do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) reafirmou “o preconceito, o ódio e a violência do atual governo” em relação a esses grupos. O posicionamento das entidades, que ocorreu após a apresentação de estudo sobre mudanças climáticas na 44ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, ressaltou ainda a paralisação das demarcações de terras indígenas e o desmonte das regulações ambientais.

Comunidades tradicionais vencem grileiros multinacionais na justiça

O condomínio Cachoeira do Estrondo, no oeste da Bahia, sofreu uma derrota emblemática para as comunidades tradicionais da região: 43 mil hectares do terreno foram considerados de posse coletiva das 120 famílias geraizeiras de Formosa do Rio Preto. Contudo, o histórico de violência associado à apropriação ilegal da área ainda provoca apreensão: agentes armados dos grileiros atuavam com apoio da polícia local, e chegaram mesmo a roubar gado dos ocupantes tradicionais. Há 11 anos, 91 trabalhadores foram libertados de condições análogas à escravidão em duas fazendas do condomínio. Entre os condôminos estão gigantes do agronegócio, como a Bunge e a Cargill. Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a decisão é “um marco na luta contra o agronegócio”.

(Foto em destaque: interior de Santa Sofia exibindo caracteres cristãos e islâmicos de seu uso. Sudharsan.Narayanan)

Hagia Sofia se torna mesquita

Interior de Santa Sofia, exibindo os caracteres cristãos e islâmicos de sua história. Foto: Sudharsan.Narayanan.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou nula a decisão do coronel Ataturk, pai do moderno Estado turco, que em 1934 transformou a antiga catedral de Hagia Sofia (Santa Sabedoria), de mesquita em museu. Para o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, Santa Sofia, localizada junto ao estreito do Bósforo, era um local “no qual Oriente e Ocidente se abraçam”. Com isso, a basílica volta a ser uma mesquita, e as orações muçulmanas voltarão a ser realizadas lá daqui a duas sextas-feiras. A decisão foi lamentada hoje pelo papa Francisco na oração do Ângelus: “penso em Santa Sofia e fico muito triste”. O diretor-geral da Unesco, Audrey Azoulay, expressou seu profundo pesar pela decisão das autoridades turcas:

Hagia Sofia é uma obra-prima arquitetônica e um testemunho único das interações entre Europa e Ásia ao longo dos séculos. Seu status como museu reflete a natureza universal dessa herança, e faz dela um símbolo poderoso pelo diálogo.

O escritório da ONU para Educação, Ciência e Cultura também afirmou que” a participação inclusiva e equitativa das comunidades envolvidas é necessária para proteger essa herança e ressalta sua singularidade e seu significado”. A Unesco apelou ao diálogo sem demora, o que é inerente ao espírito da Convenção do Patrimônio Mundial.

Períodos de expansão do Império Turco-Otomano. Fonte: Nedim Ardoğa/Wikimedia.

A transformação da catedral ortodoxa em mesquita ocorreu após a conquista de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano em 1453. Constantinopla, também chamada Bizâncio, era até então uma cidade cristã, capital do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). Seu patriarca é o principal patriarca ortodoxo. Desde então até o século XIX, o Império Turco-Otomano foi o principal fantasma a assombrar a Europa cristã, tendo sido contido a duras penas pelo Império Austro-Húngaro e, finalmente, derrotada pelo Império Russo na Guerra da Crimeia (1853-1856) e, ao final da I Guerra Mundial (1914-1918), esfacelou-se, perdendo territórios que ainda mantinha no Oriente Médio – pouco antes, havia perdido seus territórios nos Bálcãs e na Líbia. Sua última conquista foi a província de Hatay, em 1939, que pertenceu à colônia francesa na Síria após a guerra.

Galeria em Santa Sofia. Foto: Serdar Gurbuz.

Hoje, o que se vê é a expansão da influência turca através do apoio a militantes islamitas em lugares como a Síria e a Líbia, além de um discurso nacionalista que bem poderia plagiar o slogan de Donald Trump: “make Turkey great again”. Na Síria, os turcos impediram que forças curdas e do governo sírio conquistassem parte do território do Estado Islâmico da fronteira entre os dois países até a cidade síria de Al Bab, submeteram a província de Afrin (que estava então sob domínio curdo) e também partes setentrionais das províncias de Raqqa e Hasakah, além de protegerem os rebeldes islamitas em Idlib, o que vai desde a antiga Al Qaeda na Síria (atual Hayat Tahrir al Sham – HTS) ao grupos afiliados ao Estado Islâmico. Na Líbia, entraram na guerra civil apoiando o governo de Tripoli contra o Exército Nacional Líbio (LNA) – chegaram a enviar rebeldes da Síria para a Líbia. Aqui em Visão Católica, a Turquia tem sido tema rotineiro das notícias graças a essas intervenções pró-islamitas.

Também não faltam exaltações ao califado otomano, e Erdogan tem até reforçado as ligações da atual Turquia com o antigo império: “a essência é a mesma, a alma é a mesma, muitas instituições também são as mesmas”, disse ele, referindo-se ao império islâmico. O califado, cabe lembrar, é uma instituição de governo islâmico que se estende a toda a “comunidade” muçulmana (ummah) em bases religiosas. A presente reconversão de Hagia Sofia de museu em mesquita parece reforçar essa ligação. Durante os anos finais desse mesmo Império Turco-Otomano ocorreu o genocídio de cristãos armênios e assírios, que a Turquia teima em não reconhecer – e até se faz de vítima quando autoridades mundo afora reafirmam essa realidade.

(Foto em destaque: exterior de Santa Sofia por Antti T. Nissinen)

Resumo diário 11/03/2020

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DF: governo proíbe visitas a pacientes com Coronavírus

Fachada do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), na região central do Plano Piloto de Brasília. (Fonte: Agência Brasília.)

Apesar de a letalidade do novo coronavírus ser considerada baixa (em torno de 3% dos pacientes diagnosticados, mas talvez apenas 1% do total de infectados), o governo do Distrito Federal (GDF) proibiu a partir de hoje a visita a pacientes internados com diagnóstico da virose. A medida foi tomada ao mesmo tempo que pacientes e funcionários do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN, referência para o tratamento de infecção por coronavírus) reclamam da falta de leitos, máscaras e testes diagnósticos. Imagens feitas por paciente e divulgadas pela Rede Globo mostram superlotação no andar reservado aos casos suspeitos de infecção, além da falta de lençóis nos leitos disponíveis. Também máscaras não há para todos os pacientes, e até mesmo para os funcionários da radiologia.

Em vez de tomar medidas para solucionar essa situação e reduzir, com os meios adequados, a propagação do vírus, o GDF decretou o abandono dos pacientes internados, que não poderão receber visitas, nem mesmo com as medidas preventivas habituais, como máscaras e higienização das mãos. Nem é preciso lembrar que é dever do cristão visitar os enfermos, e que muitos santos não tiveram medo nem mesmo de epidemias muito mais assustadoras, como os surtos de peste bubônica na Idade Média.

Síria: avançam negociações sobre medidas de segurança em Idlib

Avançam as negociações entre Rússia e Turquia para medidas de segurança na região de Idlib que ainda está nas mãos dos jihadistas apoiados pelo governo turco. Segundo informado ontem pelo ministro das relações exteriores turco, a região ao sul da rodovia M4 terá sua segurança garantida pela polícia militar russa, enquanto ao norte a segurança será de responsabilidade de tropas turcas. Com isso, os rebeldes islamitas provavelmente sairão da região sob controle russo, visto que vêem as tropas aliadas ao governo sírio como inimigas. No dia 15 de março devem começar as patrulhas conjuntas nessa rodovia, que liga Saraqeb a Latakia.

Em azul, área que será controlada pela polícia militar russa. Intervenção em mapa de liveuamap.com.

(Imagem destacada: sapador russo em Alepo, Síria. Fonte: Ministério da Defesa da Federação Russa.)

Resumo diário 05/03/2020

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Cessar-fogo na Síria

Rússia e Turquia assinaram hoje um acordo de cessar-fogo para a província síria de Idlib, onde o governo local liberou vastas áreas antes dominadas pelos rebeldes islamitas apoiados pela Turquia. O acordo prevê a manutenção da linha de contato atual e a criação de um corredor seguro na rodovia M4, que liga Saraqib a Latakia. O governo sírio já havia liberado a rodovia M5, que liga a capital, Damasco, a Alepo, passando por Saraqib. O acordo pode ser visto como a derrota das pretensões turcas de fazer o governo sírio recuar e ceder toda a província de Idlib para os jihadistas que o governo turco apoia. Nenhuma das reivindicações turcas foi aceita pela Rússia, a qual conseguiu consolidar as conquistas militares do aliado sírio.

Abaixo, em inglês, o texto do acordo:

(Foto em destaque: presidentes da Turquia e da Federação Russa se cumprimentam em reunião para celebrar acordo de cessar-fogo em Idlib, Síria. Fonte: Kremlin.ru.)

URGENTE: mísseis lançados da Turquia contra base aérea russa na Síria

O governo da Turquia reagiu muito mal hoje à morte de dezenas de soldados hoje na Síria. Eles agem dando cobertura de artilharia a terroristas islamitas contra o governo sírio, que é apoiado pela Rússia e pelo Irã.

Redes sociais foram bloqueadas logo que a notícia começou a se espalhar. O site da agência governamental de notícias síria SANA está fora do ar há mais de quatro horas. Mísseis e projéteis de artilharia foram lançados contra as cidades de Latakia (onde estão as bases naval e área da Rússia) e Hama. A Turquia também disse que não reterá mais os refugiados sírios que quiserem ir para a Europa, retaliando assim seus aliados da OTAN que não estão demonstrando apoio na guerra contra a Síria.

Se a situação não for contida logo, uma guerra entre um membro da OTAN (A Turquia) e a Rússia pede espocar a qualquer momento.

Ao mesmo tempo, após liberar 60 localidades no oeste da província de Hama no sul da região dominada pela jihadistas apoiados pela Turquia, o Exército Árabe Sírio finalmente começou um contra-ataque em Saraqeb, que acabara de ser perdida para rebeldes e turcos.

Resumo diário 24/02/2020

Segue o resumo da notícia mais interessante de hoje:

Confrontos na Síria

Apesar dos apelos à paz feitos pelo papa Francisco ontem, na última noite o exército sírio iniciou nova ofensiva no sul da província de Idlib, noroeste da Síria. Dessa região costumam partir os ataques com foguetes e veículos aéreos não tripulados contra a província de Hama e a base aérea russa na província de Latakia, litoral sírio. Embora várias localidades tenham sido liberadas do domínio islamita, mais ao centro da província de Idlib os jihadistas apoiados pela Turquia teriam capturado a cidade de Nayrab.

Região do confronto em Idlib, província síria. Fonte: liveuamap.com.

Na região Nordeste do país, os rebeldes islamitas cortaram o fornecimento de água para as cidades de Tel Tamer e Hasaka. O reservatório que abastece a região fica na fronteira entre a Síria e a Turquia e está sob controle das forças ocupantes turco-islamitas.

(Foto em destaque: blindado em cidade liberada hoje pelo exército sírio. Fonte: Agência SANA.)

Resumo diário 21/02/2020

Segue o resumo das notícias mais interessantes de hoje:

Petroleiros suspendem greve na Petrobras

Após conseguirem levar a Petrobras à mesa de negociação, os petroleiros decidiram suspender a greve que já durava 20 dias — a segunda greve mais longa na empresa. A decisão cumpre o que foi determinado pela justiça trabalhista, adiando o processo de demissão dos funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados em Araucária (PR). Quase 400 funcionários da Petrobras e cerca de 600 terceirizados podem ser prejudicados pelo pretendido fechamento da unidade.

Parlamento português decide legalizar a eutanásia

O legislativo português decidiu legalizar a eutanásia, mas a decisão final ainda não foi tomada. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que é católico e pró-vida, pode vetar o projeto, que certamente irá parar nos tribunais se virar lei. Se a medida entrar em vigor, pessoas com doenças e lesões incuráveis e definitivas, que causem sofrimento duradouro e insuportável, poderão solicitar que sejam mortas. Essas pessoas, em vez de procurarem a esperança e a união com Cristo crucificado, poderão simplesmente procurar a morte. Resta ainda saber o que será tido como “insuportável”, pois isso varia não somente entre indivíduos, mas também ao longo da vida de cada um. A Igreja Católica tem se mobilizado contra a eutanásia, e a Ordem dos Médicos diz que a eutanásia fere a ética médica.

Aumenta a tensão na Síria

A Turquia apoiou ontem uma investida de seus milicianos islamitas contra o exército sírio. Inicialmente, conseguiram romper as defesas da Síria em Nairab, na província de Idlib. Em resposta, a aviação russa contra-atacou, destruindo um tanque, seis veículos de transporte de tropas e cinco caminhonetes, matando dois militares turcos.

Ainda ontem, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan solicitou que os Estados Unidos posicionem suas defesas antimísseis na fronteira turca com a Síria, mas ainda não obteve resposta. Ele também conversou com os chefes de governo da França e da Alemanha, tentando obter apoio para uma guerra contra a Síria, levando consigo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Hoje, um caça F-16 turco entrou no espaço aéreo sírio em uma região dominada pela turquia. Um avião do exército russo seguiu em sua direção, e o avião turco se evadiu.

Campanha de desinformação para legalizar o aborto em El Salvador

Um artigo da Revista Internacional de Direitos Humanos (RIDH) revela a existência de uma campanha internacional de desinformação para forçar a legalização do aborto e do infanticídio em El Salvador. A publicação revela que foram tratados como “aborto” casos em que bebês recém-nascidos foram assassinados por seus progenitores, levando à consequente persecução penal. Os casos haviam sido levados ao Comitê Interamericano de Direitos Humanos, na tentativa de que a corte internacional determinasse a descriminalização do aborto. Para os autores do artigo, até mesmo a legalização do infanticídio estaria entre os objetivos das ações.

(Foto em destaque: SU-24 da Rússia. Fonte: Alexander Mishin.)

Aumenta a tensão na Síria

A Turquia apoiou ontem (20) uma investida de seus milicianos islamitas contra o exército sírio. Inicialmente, conseguiram romper as defesas da Síria em Nairab, na província de Idlib. Em resposta, a aviação russa contra-atacou, destruindo um tanque, seis veículos de transporte de tropas e cinco caminhonetes, matando dois militares turcos.

Ainda ontem, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan solicitou que os Estados Unidos posicionem suas defesas antimísseis na fronteira turca com a Síria, mas ainda não obteve resposta. Ele também conversou com os chefes de governo da França e da Alemanha, tentando obter apoio para uma guerra contra a Síria, levando consigo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O presidente turco disse que o problema da Turquia em Idlib “é com Damasco”, não com a Rússia, tentando dar um chega-pra-lá na potência eurasiática aliada do governo sírio.

Hoje, um caça F-16 turco entrou no espaço aéreo sírio em uma região dominada pela turquia. Um avião do exército russo seguiu em sua direção, e o avião turco se evadiu. Aparentemente, tratou-se de um teste da defesa área da Síria em preparação para uma guerra aberta.

(Com informações de liveuamap.com e Sputnik. Foto em destaque: SU-24 da Rússia. Fonte: Alexander Mishin.)

Resumo diário 19/02/2020

Segue o resumo das notícias mais interessantes do dia:

Associação internacional pede fim de ataques a jornalista

A International Women’s Media Foundation pediu às autoridades brasileiras que “cessem os ataques [à jornalista Patrícia Campos Mello] imediatamente”. A jornalista foi alvo de um depoente à CPMI das Fake News, e esse ataque tem sido perpetuado pelos Bolsonaro e por apoiadores seus. O próprio presidente da República ofendeu a dignidade da jornalista em uma entrevista coletiva – o Visão Católica prefere não reproduzir a ofensa, já bastante difundida pelos meios de comunicação, entretanto, convém lembrar que se tratava de insinuação de prostituição, o que foi cabalmente desmentido por ela com provas.

CPMI das Fake News no rastro da campanha de Bolsonaro

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura a divulgação massiva de notícias falsas nas eleições de 2018 está no rastro da campanha de Jair Bolsonaro. Integrantes da comissão acreditam que a empresa Yacows foi utilizada por outra, a AM4, contratada pela campanha do atual presidente para espalhar essas notícias. Várias ilegalidades podem ter sido cometidas para isso, incluindo registrar falsamente chips de celular em nome de idosos sem relação com a empresa, além da própria divulgação de notícias falsas em massa pela campanha eleitoral.

Cortes no Bolsa Família fazem cair a renda dos mais pobres

De 2014 a 2018, a renda dos 5% mais pobres do Brasil caiu 39%, e a população miserável aumentou 67%. Essa piora nas condições de vida coincide com desajustes e redução do Programa Bolsa Família (PBF), que voltou a ter fila de espera. No ano passado, 900 mil famílias foram descadastradas, e a fila média anual passou a ser de 500 mil famílias, já chegando a 3,5 milhões de pessoas. Parte da redução do programa se deveu ao fim de flexibilizações dos critérios de permanência desde o governo Temer. O orçamento do PBF para este ano é menor que o do ano passado.

Enviado das Nações Unidas à Síria pede solução política

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir O. Pederson, instou as nações a procurarem uma solução política para a guerra civil, em vez de insistirem na via bélica. A atual ofensiva do governo contra os terroristas islamitas já resultou em cerca de 900 mil pessoas deslocadas. A Turquia, por sua vez, insistiu em ameaçar o governo de seu vizinho árabe e não aceita qualquer coisa, senão a devolução do território que os jihadistas perderam desde dezembro. Enquanto isso, o Comitê Constitucional criado ano passado para traçar as diretrizes de uma nova Constituição para a Síria, permanece paralizado.

(Foto em destaque: reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação no Oriente Médio em 19/02/2020. Fonte: Nações Unidas.)