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CPT anuncia apoio a Lula

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), pastoral católica vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) anunciou na segunda-feira (17) seu apoio ao candidato Luís Inácio Lula da Silva, do PT. A carta aberta afirma que “o Projeto de governo para o Brasil apresentado pelo PT e demais partidos aliados é o que melhor assume o compromisso com a promoção da vida humana digna em toda sua amplitude, com a proteção do meio ambiente, com o fortalecimento da agricultura familiar camponesa, com a demarcação dos territórios indígenas, dos povos e comunidades tradicionais e com a Reforma Agrária” (grifo nosso).

Leia a íntegra do documento:

Carta Aberta sobre o segundo turno das eleições

A CPT – Comissão Pastoral da Terra, através da sua Diretoria e da Coordenação Executiva Nacional dirige-se ao conjunto da sociedade brasileira, aos movimentos sociais, aos regionais, equipes de base e especialmente às comunidades campesinas, tradicionais e povos originários para manifestar seu posicionamento institucional diante da escolha fundamental a ser feita pelos eleitores e eleitoras no segundo turno das eleições presidenciais do próximo dia 30 de outubro.

Após um longo processo de reflexão e debates internos, a CPT divulgou em 13 de junho deste ano um manifesto destacando, diante do pleito eleitoral de 2022, seu compromisso com as comunidades e povos tradicionais. Num contexto político marcado pelo autoritarismo, mercantilização da vida, crise climática, guerras e pandemias conclamamos todos e todas “à participação consciente, regida por critérios éticos, ao apoio político a candidaturas camponesas ou comprometidas com a pauta da reforma agrária, da demarcação das terras indígenas e dos territórios dos povos e das comunidades tradicionais, da ecologia e da agroecologia, da vida digna no campo, nas águas e nas florestas”.

Nesse momento de absoluta polarização, mais uma vez ressaltamos essa convocação. Frente ao pleito eleitoral mais disputado desde o período de redemocratização do Brasil em 1988, manifestamos nosso apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva, por sua história política e capacidade de diálogo pautado na defesa da democracia, características necessárias à reconstrução do País, em contraposição ao posicionamento fascista levado a cabo pelo candidato de extrema direita e atual Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

Mesmo com as alianças e adesões no segundo turno, que nos deixam preocupados, consideramos que o Projeto de governo para o Brasil apresentado pelo PT e demais partidos aliados é o que melhor assume o compromisso com a promoção da vida humana digna em toda sua amplitude, com a proteção do meio ambiente, com o fortalecimento da agricultura familiar camponesa, com a demarcação dos territórios indígenas, dos povos e comunidades tradicionais e com a Reforma Agrária.

Consideramos urgente a promoção de medidas de erradicação da fome, da miséria, a efetiva distribuição de renda, o fortalecimento de políticas públicas em favorecimento daqueles que não possuem acesso ao mínimo elementar à sua sobrevivência, e a garantia de direitos fundamentais e trabalhistas para toda a população, com a participação popular no governo em espaços compostos pela Sociedade Civil, tais como: os Conselhos de Direitos e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, bem como a reativação dos órgãos de fiscalização e controle em defesa da terra, dos territórios e das águas.

Concordamos com o que foi dito na Carta da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acerca dessas eleições: “No Brasil, a busca pelo bem de poucos, que já têm muito, ameaça a vida de todos, especialmente, dos mais pobres”.

Acreditamos que somente com mobilização popular durante e após as eleições, seremos capazes de reverter o quadro nefasto de ameaças à ordem democrática estabelecido no Brasil. Por isto deveremos estar sempre vigilantes, fortalecer os processos coletivos nas bases, a formação e participação do povo para a construção e implementação de um projeto popular humano e justo.

Nos dias em que festejamos a padroeira do Brasil e o Círio de Nazaré, lamentamos o crescimento do fundamentalismo religioso, do ódio e da violência, propagados entre irmãos e irmãs e a exploração da fé de milhares de cristãos. Durante a celebração realizada no Santuário de Aparecida, em São Paulo no dia 12 de outubro, o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, destacou: “Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira, que não é de Deus.” A Nossa Senhora Aparecida, rogamos para que olhe em amparo para os pequeninos e para que derrube do trono os poderosos!

Goiânia, 17 de outubro de 2022.

Diretoria e Coordenação Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Terra – CPT

Resumo diário 03/07/2020

Leia a seguir as notícias mais interessantes de hoje:

DF: Ibaneis liberou geral

Para desespero da população e até do governador de Goiás, onde mora grande parte das pessoas que trabalham em Brasília, o governador do Distrito Federal decretou a abertura de todas as atividades até o início de agosto. Isso causou reação de pais, professores e da Sociedade de Pediatra do DF, por exemplo. Para a sociedade médica, a medida, “em especial se tratando de escolas, onde o comportamento é imprevisível e o número de assintomáticos é inestimável, tornando a possibilidade de contágio exponencial.” No Distrito Federal, nem mesmo os pacientes com sintomas leves estão sendo testados para COVID-19, a menos que resolvam retornar à unidade básica de saúde após 8 dias de sintomas, quando podem realizar o teste rápido para saber se já tiveram a infecção pelo novo coronavírus.

MT: defensoria pública impede despejo de famílias em plena pandemia

A justiça federal havia autorizado a reintegração de posse da fazenda Araúna, da família Bassan, mas que fica em terras de propriedade do governo federal. Felizmente, a defensoria pública interviu e, em agravo apresentado ao mesmo desembargador que havia autorizado a remoção das famílias, conseguiu reverter a decisão.

Se não bastasse a questão da competência, face ao interesse da União, que já possui sentença favorável na Justiça Federal e o teor da súmula 637 do STJ, há de se levar em consideração notícias de intenso confronto entre as partes, em região na qual estão instaladas muitas famílias, inclusive com crianças. Aliás, o momento não se mostra razoável para a retirada de tantas pessoas da região, em meio à pandemia, pois sem dúvida as coloca em risco (Decisão do desembargador Sebastião Farias)

TO: preconceito contra índios Javaé em Formoso do Araguaia

Em Formoso do Araguaia, índios da etnia Javaé foram proibidos de adentrar a cidade, supostamente para evitar a disseminação da COVID-19. Embora estejam entre os grupos com maiores riscos face à pandemia, a população indígena é justamente a que está sendo barrada, “como se fossem eles os únicos transmissores e portadores do vírus”, diz o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

A decisão das autoridades locais que limita a circulação de indígenas nas cidades é açodada, pois não contou com a coordenação da União e pode ser compreendida, inclusive, como medida preconceituosa, pois se limita a restringir direitos de um grupo social específico. Isso é ilegal e não encontra amparo na Constituição Federal brasileira. Esta posição só resulta no aumento de preconceito que, historicamente, os povos indígenas enfrentaram e continuam enfrentando, simplesmente por serem indígenas.

(Foto em destaque: sem terra acampado. CPT/MT.)